Exposição de instituições financeiras não bancárias pode contribuir para o desequilíbrio da liquidez, reporta FSB para o G20

A alavancagem das instituições financeiras não bancárias (na sigla em inglês, NBFI) pode ser a principal influência sobre o desequilíbrio da liquidez. Foi o que reportou o Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board ou FSB, em inglês) em seu relatório anual para o G20 divulgado nesta quarta-feira (6).

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No documento, o FSB afirma que o funcionamento e resiliência do ecossistema de NBFIs depende da disponibilidade de liquidez e sua intermediação efetiva em cenários de estresse financeiro.

Instituições financeiras não bancárias (NBFI) são aquelas que oferecem serviços financeiros diversificados, mas que não podem receber depósitos à vista, nem criar moeda (através de operações de crédito​). Ou seja, suas operações usam ativos não monetários como ações, CDBs, títulos, letras de câmbio e debêntures.​ Alguns exemplos de NBFIs são os bancos de investimento, empresas de leasing, seguradoras e fundos de investimento.

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FSB alerta sobre alavancagem de instituições financeiras não bancárias

Dessa perspectiva, o conselho alertou sobre os riscos de novas turbulências na liquidez, delimitando o foco na abordagem da alavancagem, ou seja, o mecanismo financeiro de exposição que as NBFI estão sujeitas. Essa ferramenta é útil para as instituições pois, ao mesmo tempo que aumentam a exposição, tem potencial de impulsionar retornos ou assumir posições que podem compensar perdas potenciais de outras exposições (hedge). É inclusive na área de fundos de hedge que o relatório encontrou alta alavancagem.

Além disso, o relatório encontrou lacunas nos dados que dificultam a avaliação completa das vulnerabilidades associadas à alavancagem na NBFI, além de implicações políticas, incluindo:

  • Abordar as lacunas mais significativas nos dados, considerando o uso de dados de repositório de transações, aprimorando os requisitos de relatórios para não bancos com alto nível de alavancagem e expandindo os requisitos de divulgação;
  • Contenção de comportamentos de alavancagem excessiva, realizando mais trabalhos sobre cortes e margens para derivativos e transações de financiamento de títulos;
  • Mitigação das consequências para a estabilidade financeira da alta alavancagem na IFNB, incluindo a consideração de medidas para melhorar a gestão de riscos das corretoras e aprimorar a preparação para liquidez dos investidores não bancários.

O FSB comunicou também que, em cooperação com órgãos de definição de padrões (ou de regulamentação, na sigla em inglês, SSBs), já está trabalhando em algumas dessas questões. Além disso, o conselho assegurou que irá realizar mais trabalhos políticos para aprimorar a capacidade das autoridades e participantes do mercado de identificar, monitorar e conter o risco sistêmico associado à alavancagem na IFNB, baseando-se nos resultados deste relatório. Ele também expõe propostas de políticas que estão sendo desenvolvidas pelo FSB e SSBs para reduzir aumentos excessivos na demanda por liquidez relacionados a:

  • Desajuste estrutural de liquidez em fundos de investimento abertos (OEFs, do inglês);
  • Práticas de margem.

Dessa forma, o relatório conclui que as operações rumam em busca de aprimorar a capacidade das autoridades e dos participantes no mercado em identificar, monitorar e conter o risco sistêmico associado à alavancagem nas instituições financeiras não bancárias.

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Camila Paim

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