Inflação internacional: brasileiros têm dias de “rico” na Argentina

A economia da Argentina está com a previsão da inflação próxima de 70% para o final de 2022. Para completar, há uma forte desvalorização da moeda. A perda acumulada no ano é de 25% em relação ao dólar e de quase 18% ante o real. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Apesar da situação ser negativa para quem vive no país, turistas brasileiros consideram o local um “paraíso” e veem a Argentina como um dos poucos destinos internacionais onde o poder de compra do real cresce, em vez de diminuir.

Após a queda do turismo na pandemia, o fluxo de brasileiros começou a se normalizar – são 22% do total de 2,5 milhões de viajantes recebidos pela Argentina no primeiro semestre de 2022.

Conforme informações divulgadas no último fórum Panrotas, do setor de turismo, em maio último o total de visitantes brasileiros no país já superou o resultado do mesmo mês de 2019.

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Por isso, as companhias aéreas estão ampliando voos nesse trajeto. O total de frequências (voos de ida ou volta) da Latam entre São Paulo e Buenos Aires, que era de 14 até junho, chegará a 28 em agosto.

Turistas usam a inflação da Argentina a seu favor

Quem viajou para a Argentina nesta retomada já criou “macetes” para esticar o valor dos reais. “Troco os reais que transfiro do Brasil para a Western Union (rede de transferências internacionais), que paga muito melhor do que os cambistas. Chegamos a trocar R$ 1 por 55 pesos”, disse a relações-públicas Rebeca Pileggi, 30.

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No mesmo dia, um “arbolito”, como são chamados os cambistas que ficam na famosa Rua Florida, no centro da capital argentina, oferecia 42 pesos por R$ 1.

Rebeca é de São Paulo, mas se tornou uma profissional nômade na pandemia. Viveu um tempo na Itália com o marido e, há duas semanas, eles chegaram a Buenos Aires para ficar por tempo por indeterminado. “Viemos para ficar porque compensa a cotação. A vantagem é muito grande, não só de bens de consumo, mas no preço de aluguel, serviços públicos e em geral”, disse.

Mas a oscilação do câmbio na Argentina faz crescer a tensão dos brasileiros na hora de trocar dinheiro. “Não sabemos realmente o valor, cada um coloca o seu preço”, disse Nilton Azevedo, 36, que é engenheiro eletricista.

Em cinco dias, ele observou a desvalorização da moeda argentina. “Quando chegamos, a cotação estava a 51 (pesos por real); hoje, vimos a 56. Há preços diferentes entre os cambistas, o que faz a gente procurar o melhor valor”, contou ele, ao lado da mulher, Priscila Vieira, 32, cientista de computação.

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De qualquer forma, o casal de Campina Grande (PB) achou o câmbio bastante vantajoso. Inicialmente, os dois iriam permanecer cinco dias em Buenos Aires, mas esticaram a estadia por dez dias. “Decidimos ficar mais porque o dinheiro está rendendo”, disse Priscila.

Já sobre a inflação brasileira, o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira (18) indicou que a previsão pelo mercado para 2022 deverá ser de 7,54%.  Para 2023, a estimativa é de 5,20%. Os números representam uma redução de 0,13 e uma alta de 0,11 ponto percentual correspondentemente, em relação ao último Boletim Focus divulgado pela instituição, publicado no passado 11 de junho.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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