IFIX sobe mais de 11% no 1º semestre e enfrenta pessimismo do mercado

O índice de fundos imobiliários da B3, o IFIX, acumula alta de mais de 11% no primeiro semestre de 2025, em movimento de recuperação após um 2024 marcado por forte aversão a risco e juros elevados. A valorização ocorre mesmo sem catalisadores concretos, segundo relatório da XP, e reflete a reversão do pessimismo observado no fim do ano passado. Mesmo com alta, os fundos ainda enfrentam desafios neste segundo semestre.

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Entre os FIIs com melhor desempenho no mês de junho estão ativos de renda fixa e tijolo, com destaque para carteiras expostas a créditos imobiliários e ativos de alta qualidade em regiões consolidadas. Segundo analistas, a recuperação das cotas e os preços ainda descontados sustentam o interesse por novas alocações.

Segundo levantamento da Quantum Finance a pedido da B3, os fundos com maiores retornos em junho foram:

  • CACR11 (CRI): 6,08%
  • MCCI11 (CRI): 5,57%
  • HGRE11 (lajes corporativas): 5,06%
  • HTMX11 (hotel): 4,94%
  • DEVA11 (CRI): 4,52%
  • KNHF11 (híbrido): 4,13%
  • BTAL11 (logístico): 3,99%
  • TGAR11 (híbrido): 3,61%
  • RBRY11 (CRI): 3,43%
  • BARI11 (CRI): 3,32%

A XP destaca em relatório que, no cenário atual, fundos de papel com risco de crédito baixo a moderado tendem a se beneficiar mais, diante do patamar elevado da Selic e da atratividade do carrego. 

Já entre os fundos de tijolo, a preferência recai sobre imóveis bem localizados, com contratos reajustados pela inflação e baixa vacância.

O relatório também ressalta que o desempenho positivo dos FIIs ocorreu apesar do cenário desafiador, marcado por juros elevados, incertezas econômicas e políticas e debates sobre a possível tributação dos rendimentos desses fundos. 

Para a casa, não houve um fator único que justificasse a valorização das cotas, mas sim uma correção do excesso de pessimismo que dominava o mercado no final de 2024 e início deste ano.

Naquele período, muitos fundos eram negociados com descontos superiores aos padrões históricos, o que abriu espaço para reprecificação. 

Com o arrefecimento das incertezas e a percepção de que os fundamentos dos ativos permaneciam sólidos, o mercado passou a reavaliar o valor dos FIIs, o que impulsionou a alta do IFIX no semestre.

O mercado para os fundos imobiliários do IFIX ainda é desafiador

O mercado de FIIs ainda enfrenta desafios significativos, apesar do desempenho positivo observado no primeiro semestre de 2025. 

O IFIX viu sua trajetória de alta ser interrompida, marcando cinco pregões consecutivos de queda, com uma significativa redução de 0,61% nesta última segunda-feira (21). 

Essa queda é atribuída, em grande parte, à incerteza gerada pela nova tarifa de importação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, conforme afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. 

A reação do mercado é um reflexo da crescente aversão ao risco, onde investidores tendem a se afastar de ativos de renda variável e migrar para opções mais seguras, especialmente em um ambiente de juros elevados.

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Gustavo Bianch

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