O Ibovespa voltou a testar os limites da euforia nesta terça-feira (28), encerrando o pregão com alta de 0,31%, aos 147.428,90 pontos, e renovando pela quinta sessão consecutiva seu recorde histórico nominal. O movimento foi impulsionado pelo otimismo em Wall Street, pela disparada das ações da Marfleet Global (MBRF3) e pelo avanço do minério de ferro na China.
Foi o 16º recorde do índice em 2025, reforçando a percepção de maior apetite ao risco no mercado local, em meio à expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) e de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China.
O dólar à vista recuou 0,20%, a R$ 5,3597, enquanto os juros futuros operaram com leve alta após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a necessidade de ajustes fiscais diante do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
MBRF dispara com acordo internacional e Vale sobe com minério
O pregão foi marcado pela forte valorização das ações da MBRF (MBRF3), que chegaram a subir mais de 20% após o anúncio de um acordo de investimento com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita. O pacto cria a marca Sadia Halal e reforça o posicionamento internacional da companhia, o que despertou interesse entre investidores.
A Vale (VALE3) também figurou entre os destaques positivos, com ganhos acima de 1%, acompanhando a alta do minério de ferro na Bolsa de Dalian, onde o contrato mais líquido subiu 1,93%, a 792,50 yuans (cerca de US$ 111,44) por tonelada.
Já Petrobras (PETR4) oscilou entre leves ganhos e perdas, encerrando o dia próxima da estabilidade, mesmo com o recuo do petróleo no exterior. Bancos tiveram sessão positiva à espera da temporada de balanços, que começa nesta semana.
Wall Street e expectativa pelo Fed dão o tom do otimismo
No exterior, os índices de Wall Street encerraram em máximas históricas, impulsionados pela expectativa de um novo corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos na reunião do Fed desta quarta-feira (29). Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado precifica 99,9% de chance de que o banco central norte-americano reduza a taxa para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano.
O otimismo internacional reforçou o apetite por risco, especialmente após sinais de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em queda por realização de lucros, enquanto o índice FTSE 100 de Londres destoou ao renovar recorde histórico.
“Amanhã a expectativa para a reunião do Fed é de mais um corte de 0,25, o que tem animado os mercados americanos. A Vale sobe um pouco, já antecipando o bom resultado que deve ser divulgado na sexta-feira”, comenta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
“Entre os destaques do dia, estão a Marfleet Global, em alta após anunciar parceria com uma empresa saudita e sinalizar planos de realizar um IPO por lá em 2027, além de Embraer e CSN, que também registram desempenho positivo. Do lado das quedas, aparecem C&A, Auren e CVC, com um DI um pouco mais alto. O mercado segue calmo, mas com expectativa pela reunião entre Brasil e Estados Unidos, que pode trazer novidades”, completa o analista.
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,55%, aos 146.969,10 pontos na última segunda-feira (27)
