O Ibovespa fechou esta sexta-feira (11) em baixa de 0,41%, aos 136.187,31 pontos, acumulando uma queda de 3,59% na semana — a pior desde dezembro de 2022, quando o índice recuou 4,34%. Esta foi também a primeira vez em mais de um ano que a Bolsa brasileira registrou cinco quedas seguidas em uma mesma semana.
A queda desta sexta chegou a ser mais intensa, com o índice tocando a mínima de 135,5 mil pontos, mas o alívio nos papéis ligados às commodities acabou limitando as perdas. O dólar comercial encerrou o dia com leve alta de 0,10%, a R$ 5,548, após ter avançado mais de 0,8% ao longo do dia. Já os juros futuros (DIs) fecharam mistos.
Vale e Petrobras seguram o índice
Mesmo com a pressão negativa, alguns papéis ajudaram a segurar o Ibovespa nesta sexta. Vale (VALE3) subiu 1,30% no dia e acumulou alta superior a 1% na semana, acompanhando o avanço do minério de ferro. Já Petrobras (PETR4) avançou 1,21%, sustentada pela valorização do petróleo no exterior. PRIO (PRIO3) teve desempenho ainda melhor, com alta de 2,20%.
“A valorização do petróleo e do minério de ferro trouxe certo alívio para as ações da Vale e Petrobras, além de petro juniores como PRIO3, RECV3 e BRAV3, que inclusive ajudam a limitar a queda do Ibovespa no dia”, destacou Damiati.
Bancos, varejo e frigoríficos lideram perdas
Na ponta negativa, os bancos voltaram a pesar. Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,82%, Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,33% e B3 (B3SA3) teve baixa de 2,42%. No varejo, Lojas Renner (LREN3) perdeu 2,40% e Magazine Luiza (MGLU3) tombou 3,60%.
O maior tombo do dia no ibovespa, no entanto, ficou com os frigoríficos. As ações de BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) caíram 4,35% e 4,17%, respectivamente, após a CVM adiar novamente a AGE que discutirá a fusão entre as empresas.
A aversão ao risco também afetou Embraer (EMBR3) e Minerva (BEEF3), ambas com exposição significativa às exportações para os EUA. “As ações de Embraer continuam caindo, sofrendo o impacto das tarifas de Trump, já que a companhia é uma das principais exportadoras brasileiras para os EUA, assim como Minerva, que possui 15% de sua receita vinda de exportações para os EUA”, pontuou Karine Damiati, planejadora financeira CFP® e sócia da AVG Capital.
Inflação, tarifas e curva de juros pressionam o mercado
O mercado de juros também refletiu o clima externo conturbado. “A curva de juros, além de ter estressado por conta das tarifas impostas por Trump, também foi afetada pela divulgação hoje do aumento dos serviços no Brasil em maio, que apesar de vir abaixo do consenso, acumula o quarto mês consecutivo de alta, o que traz preocupações em relação à inflação”, explicou a analista.
No exterior, os dados de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA subiram 0,1% em maio. Os rendimentos dos Treasuries avançaram e as bolsas globais fecharam em queda, refletindo o receio com novas medidas protecionistas de Trump, que também anunciou tarifas contra o Canadá (35%) e a União Europeia.
“O dólar opera em alta no mercado à vista, em linha com a valorização externa, com o foco dos investidores na imposição de tarifas pelo governo Trump”, concluiu Karine Damiati. Segundo ela, a incerteza em torno da postura que o governo brasileiro adotará nas negociações também amplia a pressão sobre o real.
Na próxima semana, o mercado acompanha de perto os desdobramentos da tensão comercial e a divulgação de novos indicadores econômicos. Entre os destaques estão a produção industrial na Alemanha, o PIB mensal do Reino Unido e o Empire State Index nos EUA. No Brasil, atenção especial para a audiência sobre o IOF entre governo e Congresso na terça-feira (15).
Maiores altas e baixas do Ibovespa
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Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações desta sexta-feira (11) em baixa de 0,41%, aos 136.187,31 pontos.
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