Ibovespa fecha em queda de 0,65% após turbulências na América do Sul

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (13) por causa das turbulências políticas na America Latina, resultados trimestrais negativos e pelo escândalo de fraude na Via Varejo.

O Ibovespa fechou em baixa. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou em queda de 0,65% a 106.059,953 pontos.

Turbulências nas América do Sul

Os investidores nacional e internacionais ficaram atentos com a crise política que a Bolívia está enfrentando. A saída do ex-presidente Evo Morales não pôs fim as turbulências no país, que se soma as manifestações no Chile, que continuam há quase um mês, e as repercussões das eleições na Argentina.

Nesta quarta-feira, a estatal petrolífera boliviana YPFB comunicou à Petrobras que poderia haver “eventual variação” no fornecimento de gás natural para o Brasil. O pais vizinho é responsável por um quinto do fornecimento de gás brasileiro.

Além disso, hoje iniciou nesta quarta a 11ª cúpula do Brics que vai até a próxima quinta-feira (14) no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

As reuniões deverão ter como pautas os seguintes temas:

  • crise na Venezuela
  • crise na Bolívia
  • série de protestos em Hong Kong
  • protesto na Caxemira
  • mudanças climáticas.

Além disso, o mandatário do Brasil terá reuniões particulares com cada chefe de Estado ou de governo do Bloco.

Possível fraude na Via Varejo

A Via Varejo (VVAR3) investiga há cerca de um mês possíveis fraudes nos balanços financeiros da empresa. O SUNO Notícias apurou que a varejista, dona das marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com, busca averiguar se executivos da própria empresa cometeram irregularidades na elaboração e divulgação de informações financeiras da companhia.

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Após as relevações do SUNO Notícias, as ações da empresa foram suspensas do pregão por cerca de vinte minutos e chegaram a cair 9%. A Via Varejo também soltou fato relevante acerca do assunto.

Há cerca de um mês, a área de compliance da Via Varejo recebeu uma denúncia sobre possíveis práticas ilícitas de executivos da empresa. Logo depois do recebimento, a varejista contratou advogados e auditores para auxiliar na investigação, dado a riqueza dos detalhes das operações que a denúncia continha.

Segundo fontes consultadas pelo SUNO Notícias com conhecimento da investigação interna, executivos da Via Varejo contabilizaram despesas como CAPEX (Capital Expenditure), como se o montante fosse destinado a investimentos para a melhoria da operação, quando, na verdade, o dinheiro teria sido destinado a gastos de OPEX (Operational Expenditure), ou seja, destinado para despesa operacionais.

A manipulação ocorreria pela possibilidade de transformar, no futuro, as despesas de CAPEX em receita e diminuir as provisões da companhia. Dessa forma, o retorno sobre investimento da empresa seria maior que o real, já que investimentos em CAPEX podem se transformar em benefícios futuros, enquanto que em OPEX, que englobam pagamentos de salários, contas regulares, entre outros, são apenas gastos cotidianos.

Resultado da Cogna

A Cogna, controladora da Kroton (COGN3), apresentou uma queda de 94% no lucro líquido no terceiro trimestre deste ano. No balanço trimestral divulgado na manhã desta quarta-feira (13), o lucro líquido foi de R$ 20,01 milhões, frente a R$ 338,23 milhões na comparação anualizada.

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A holding da Kroton explica que o recuo ocorreu em decorrência do aumento das despesas financeiros com a dívida contraída para a aquisição da Somos e por um resultado operacional menor.

A receita da Cogna foi elevada em 21%, chegando a R$ 1,51 bilhão. Entretanto, os custos também aumentaram. Dessa forma, a Margem Bruta caiu de 55,54%, no terceiro trimestre do ano passado, para 55,36% neste ano.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 511,51 milhões, uma queda de 10,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando chegou a R$ 571,21 milhões. A Margem Ebitda, seguindo a queda dos demais indicadores, recuou 12 p.p. a 33,7%.

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O resultado antes do financeiro e dos tributos apresentou uma retração para menos da metade, de R$ 270,7 milhões para R$ 109,6 milhões, sendo impactado pelo aumento das despesas com vendas, gerais e administrativas.

Resultado da Renova Energia

A Renova Energia registrou prejuízo de R$ 166,004 milhões no terceiro trimestre de 2019, perda 31,2% menor do que a apresentada no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou negativo em R$ 52,519 milhões, uma baixa de 11,3%.

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A receita operacional líquida da Renova Energia foi de R$ 10,451 milhões no terceiro trimestre de 2019. O valor significa uma baixa de 94,6% em relação ao mesmo período de 2018. A queda na receita teve influência da suspensão dos contratos Light I e Cemig I, além da cessão de outros contratos para Cemig e Light no mês de março de 2019.

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As despesas financeiras da empresa diminuíram 7,4% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado. A empresa explica que isso se deve a redução dos encargos das dívidas. O resultado financeiro líquido da empresa no terceiro trimestre deste ano foi negativo em R$ 126,6 milhões, uma alta de 6,5% na comparação anual.

Os custos gerenciáveis somaram R$ 2,4 milhões, uma baixa de 98,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

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A Renova Energia S.A é uma companhia de energia renovável, com foco em parque eólicos e solares e pequenas centrais hidrelétricas. “O maior diferencial da Companhia é estar presente em toda a cadeia de valor, fazendo prospecção, desenvolvimento, implantação e operação de projetos de energia
renovável”, informa a empresa.

Última cotação do Ibovespa

Na última sessão, terça-feira (13), o Ibovespa encerrou o pregão com uma variação negativa de 1,49% a 106.751,109 pontos.

Carlo Cauti

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