O Ibovespa abriu em alta nesta quarta-feira (4), seguindo as bolsas mundiais que, em meio forte à volatilidade desta madrugada, operam no azul à espera do resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Por volta das 10h30, a cotação do Ibovespa apresentava um avanço de 1,39%, para 97.317 pontos. Os mercados globais mostram maior otimismo com as eleições presidenciais norte-americanas, principal foco de atenção dos últimos pregões. A tensão das últimas semanas deu lugar a uma percepção de que a vitória de Joe Biden, opositor do atual presidente Donald Trump, possa vir junto a um domínio democrata do Congresso.
Nesta manhã, o presidente possui 213 votos no colégio eleitoral, enquanto Biden detém 238. O vencedor precisa angariar 270 deste votos. Os mercados norte-americanos amanheceram puxados pelas ações de tecnologia; a Nasdaq sobe mais de 2,6%, com a maioria dos republicanos no Senado, o que impede maiores regulações ao setor.
Trump venceu na Florida, Texas e Ohio, que possuem grandes votos eleitorais. Biden, por sua vez, levou Califórnia, Nova York, Illinois e Arizona. Pensilvânia e Michigan, também importantes estados, ainda estão indefinidos — Trump tem leve liderança. Biden mantém a frente em Wisconsin, por 1% dos votos.
Em pronunciamento nesta madrugada, Trump afirmou que, por direito, venceu a eleição e irá recorrer à Suprema Corte para interromper a contagem de votos e impedir uma “fraude” eleitoral. O presidente, no entanto, não detalhou exatamente qual seria seu argumento para entrar com ação na Justiça — naquele momento, ele já estava atrás em número de delegados.
Um fator contrário para o atual presidente é que algumas cédulas em estados-pêndulo, como Pensilvânia e Michigan, provavelmente não terminarão de ser contadas nos próximos dias. Estudos apontam que democratas tendem a votar pessoalmente ou por correio, enquanto os republicanos possuem maior probabilidade de votar no dia da eleição. O mercado, dessa forma, espera certa recuperação de Biden nos principais postos.
Uma vitória do democrata — ainda mais se acompanhada do Congresso — pode representar uma avenida para a aprovação de um novo pacote de estímulos financeiros à famílias e empresas em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O pacote que estava sendo negociado, estimando em US$ 1,9 trihão, foi barrado por Trump nas últimas semanas.
O mercado espera por uma nova bomba de estímulos em caso de vitória de Biden. Esse movimento foi um dos fatores da recuperação da economia desde o ponto mais forte da pandemia, além da rápida ascensão dos mercados, fazendo com que a Nasdaq e S&P 500 voltassem aos maiores patamares da história.
Por aqui, ontem foi aprovada a autonomia do Banco Central (BC). O Senado aprovou o projeto de lei, que agora seguirá para a Câmara dos Deputados, e prevê o mandato de quatro anos para os diretores da autoridade monetária central do País.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a produção industrial, que cresceu 2,6% em setembro frente a agosto, registrando o quinto mês consecutivo de crescimento a eliminação da queda de 27,1% ocorrida entre março e abril com a paralisação em função do coronavírus.
Mercados internacionais
Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: +1,89%
- Londres (FTSE 100): +1,39%
- Frankfurt (DAX 30): +1,15%
- Paris (CAC 40): +1,44%
- Milão (FTSE/MIB): +1,67%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,21% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,19% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +1,72% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça-feira (3) com uma alta de 2,16%, a 95.979,71 pontos.
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