Ibovespa fecha em alta; índice ganha 0,69% na semana, marcada pelo tombo do Magazine Luiza (MGLU3) e salto do IRB (IRBR3)

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (7) em alta de 1,25%, aos 118.897,99 pontos. A máxima do dia foi de 119.548,71 pontos, enquanto a mínima fora de 117.426,95 pontos. Na semana, o índice registrou ganhos de 0,69%, vindo de perda de 0,75% na anterior, quando havia interrompido série de nove semanas em alta. O volume financeiro deste pregão foi de R$ 24,2 bilhões. No ano, o índice sobe 8,35%.

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O Ibovespa hoje segue um caminho contrário ao das bolsas de Nova York, que fecharam em queda por lá.

  • Dow Jones: -0,55%;
  • S&P500: -0,28%;
  • Nasdaq: -0,13%.

Enquanto isso, o dólar à vista terminou em baixa de 1,30%, a R$ 4,8659, chegando a registrar a mínima de R$ 4,8485. O avanço da moeda foi de 1,59% na semana.

Pautas no Congresso e payroll

No meio da tarde, com novos sinais de avanço da pauta econômica no Congresso em dia atípico para votações, o Ibovespa operou nos maiores níveis desta sexta-feira, em que fechou em alta um pouco mais contida, buscando no melhor momento se reaproximar de resistência na região dos 120 mil pontos.

Pela manhã, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos – com geração de vagas de trabalho em junho abaixo do que se chegou a temer, após a forte leitura do dia anterior no levantamento da ADP – e, na madrugada desta sexta-feira, a passagem da reforma tributária em dois turnos pela Câmara dos Deputados, com a suspensão do interstício de votação, foram os fatores que deram amparo, desde cedo, ao apetite por risco na B3 nesta última sessão da semana.

“O resultado do ‘payroll’ foi muito importante para estabilizar o mercado hoje, após toda a volatilidade que se viu ontem com os dados da ADP, muito acima do consenso”, diz o analista Lucas Serra, da Toro Investimentos. Ele destaca também os movimentos no câmbio e na curva de juros, que recuaram bem depois da divulgação dos números desta sexta-feira sobre o mercado de trabalho americano – embora este continue em situação sólida, que ainda endereça aumento de 25 pontos-base para a taxa de juros na próxima reunião do Federal Reserve, no fim do mês, acrescenta.

No começo da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários da Casa para garantir a votação do projeto de lei que retoma o chamado “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Logo após o encontro no gabinete do deputado alagoano, foi retomada a sessão em plenário, para votar destaques da reforma tributária em segundo turno. E, após intenso diálogo com o governo, a Câmara decidiu também deliberar, no mesmo dia, sobre o projeto do Carf – um item da pauta considerado chave para a equipe econômica. O sinal de que a agenda econômica está ganhando dinamismo maior na tramitação pelo Legislativo animou os investidores, levando o Ibovespa a máximas da sessão no meio da tarde. No fim do dia, o projeto de lei sobre o Carf foi aprovado de forma simbólica, na Câmara, passando então aos destaques.

Apesar da sequência vitoriosa para o governo, há nas entrelinhas alguma cautela quanto ao formato final da proposta de reforma tributária, considerando mudanças incorporadas ao texto. “Há consenso de que a aprovação impactará, com um aumento na produtividade, possibilitando redução no tempo e no dinheiro gasto com obrigações tributárias. No entanto, ainda é cedo para precisar quais serão os efeitos no sistema financeiro”, observa, por exemplo, a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), em nota.

“Entendemos que as exceções colocadas no texto, a transição mal calibrada, a governança do imposto (por meio do Conselho Federativo), a preservação dos incentivos do ICMS por meio de subsídios (com o Fundo de Compensação de Incentivos do ICMS), dentre outras dificuldades que ficaram para tratamento por leis complementares, colocam um viés negativo sobre o resultado final”, enumera a Warren Rena em nota do economista-chefe, Felipe Salto, ex-secretário de Fazenda do Estado de São Paulo. “O Senado ainda poderá fazer modificações ou mudar o rumo das discussões e da apreciação do texto que sairá da Câmara”, acrescenta.

Outro ponto crucial da pauta econômica no Congresso, o arcabouço fiscal, que deve retornar à Câmara após modificações no Senado, deve ser aprovado com “alterações mínimas”, disse nesta sexta-feira Arthur Lira em entrevista à GloboNews, na qual antecipou que a votação da matéria deve ficar mesmo para agosto.

Apenas seis ações no vermelho

Em dia de fortes ganhos na Bolsa de Valores brasileira, após a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, apenas 6 empresas fecharam o dia em queda:

  1. Embraer (EMBR3): -1,99%
  2. Telefônica (VIVT3): -0,68%
  3. Petrobras ON (PETR3): -0,54%
  4. Petrobras PN (PETR4): -0,51%
  5. Hypera (HYPE3): -0,33%
  6. Arezzo (ARZZ3): -0,12%

Assim, Petrobras ficou entre os principais destaques de baixa da sessão, enquanto Vale (VALE3) encerrou o dia em alta de 0,94%.

Na semana, IRB (IRBR3) e Pão de Açúcar foram alguns dos destaques positivos, enquanto Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Magazine Luiza (MGLU3) se destacaram entre as quedas do período.

Maiores altas da semana

  • IRB Brasil (IRBR3): +20,23%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): +18,33%
  • MRV (MRVE3): +14,87%
  • BRF (BRFS3): +13,13%
  • Petz (PETZ3): 10,60%

Maiores quedas da semana

  • Azul (AZUL4): -11,62%
  • Gol (GOLL4): -8,88%
  • Magazine Luiza (MGLU3): -5,64%
  • Raízen (RAIZ4): -4,55%
  • Rede D’Or (RDOR3): -3,89%

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Após uma sessão negativa ontem (6), o Ibovespa hoje abriu o dia em alta depois da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados.

Segundo Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio-fundador da GT Capital, existe a perspectiva do mercado de que a reforma seja positiva para o ambiente macroeconômico do Brasil, com a simplificação do sistema atual de tributação.

“O cenário doméstico é o que mais pesa hoje e colabora para o otimismo no Ibovespa. Ainda no decorrer do pregão, vimos o cenário de alta ser fortalecido com o resultado do payroll nos Estados Unidos vindo em linha com o esperado”, diz Azevedo.

Ele ainda destaca que a menor geração de vagas trouxe um certo alívio na expectativa do ritmo da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed). Mesmo assim, os dados de hoje não eliminam a possibilidade quase certa de alta de juros na próxima reunião do Fed.

Os juros futuros estavam operando em queda na sessão de hoje, também refletindo a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Azevedo lembra que o andamento das reformas estruturais do país sempre estiveram presentes nos discursos do presidente do Banco Central quando questionado sobre o momento do início do ciclo de queda dos juros.

As ações da 3R Petroleum (RRRP3) tiveram forte alta na sessão de hoje (7), depois de divulgar um crescimento de produção muito consistente no mês de junho.

BRF (BRFS3) também ficou entre as altas do Ibovespa hoje, juntamente com as outras empresas do setor de frigoríficos como Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3).

A queda dos preços de matérias-primas como soja e milho pode ter custos menores para essas empresas, o que ajuda a impulsionar a busca dos investidores por suas ações. Também impacta positivamente a BRF o follow-on da companhia anunciado recentemente.

No setor aéreo, ações como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) tiveram movimento de ajuste depois de fortes baixas observadas ontem (6), motivadas pelo avanço do preço do dólar. O Pão de Açúcar (PCAR3) segue em mais um dia de alta. Nessa semana, o Grupo Éxito comunicou que protocolou uma solicitação de registro de ações na SEC, nos EUA. Um ponto da reforma tributária, na avaliação dos analistas, favoreceu a ação:

Maiores altas e baixas hoje

Cotação do Ibovespa nesta quinta (6)

O Ibovespa encerrou o pregão de ontem (6) em queda de 1,78%, aos 117.425,70 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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