O Ibovespa iniciou a semana em terreno positivo, subindo 0,77% e encerrando o pregão desta segunda-feira (20) aos 144.509,32 pontos, após tocar os 145 mil pontos na máxima do dia — nível não visto desde o início do mês. O movimento refletiu o bom humor externo e uma série de notícias locais, com destaque para Petrobras, Vale e o novo boletim Focus.
A sessão foi marcada por ganhos amplos entre as ações de peso, mesmo com o giro financeiro mais contido, de R$ 18,1 bilhões. No mês, o índice ainda acumula leve perda de 1,18%, mas mantém expressiva alta de 20,14% no ano.
Petrobras e inflação puxam a bolsa
Entre as principais notícias do dia, a Petrobras (PETR4) reduziu o preço da gasolina em 4,9%, passando para R$ 2,71 por litro a partir desta terça-feira. Foi a segunda redução do combustível em 2025 e ocorre após quase cinco meses de estabilidade.
Para Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, a decisão tende a ter impacto positivo no controle de preços:
“Haverá efeito favorável para a inflação, mas é preciso ver quanto disso chegará, de fato, às bombas. De qualquer forma, é notícia positiva também com relação à Selic”, afirma.
Pouco depois, o Ibama liberou a licença de operação para a perfuração de um poço exploratório na Foz do Amazonas, o que deve reforçar o potencial de exploração da estatal. “A licença acabou não ajudando tanto as ações da Petrobras no fechamento, mas tende a ser positiva para a precificação dos papéis no médio prazo”, disse Patrick Buss, operador da Manchester Investimentos.
Além da estatal, Vale (VALE3) (+1,28%) e Itaú (ITUB4) (+1,79%) ajudaram a sustentar o índice. Já WEG (WEGE3)caiu 1,52%, na véspera da temporada de balanços.
Destaques do dia e cenário global
Na ponta positiva do Ibovespa, Cogna (+4,78%), CSN (+4,56%) e Natura (+4,53%) lideraram os ganhos, impulsionadas pela queda nos juros futuros e pela perspectiva de inflação mais baixa. O boletim Focus reduziu a projeção para o IPCA de 4,72% para 4,70%, reforçando apostas em cortes de juros mais adiante.
Entre as quedas, Fleury (-4,30%), Prio (-1,97%) e Vamos (-1,69%) ficaram entre as maiores baixas.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
No exterior, o clima também foi positivo. As bolsas da Ásia avançaram após dados melhores da China, com o PIB ligeiramente acima do esperado e produção industrial forte. “Os números vêm no momento em que o partido chinês define o planejamento econômico até 2030. Semana importante para o noticiário da China”, destacou Nícolas Merola, analista da EQI Research.
A Europa acompanhou o tom de alta, com exceção da França, e os mercados americanos operaram no mesmo sentido, refletindo otimismo global.
Ouro brilha e petróleo cai
O petróleo encerrou em leve queda, mesmo após novos ataques na região entre Israel e Hamas, em meio a um cessar-fogo frágil. Já o ouro manteve a tendência de valorização, acumulando alta de mais de 65% no ano, com projeções do Goldman Sachs de que o metal pode atingir US$ 5 mil até o fim de 2026.
No Brasil, o foco segue em Brasília. Investidores acompanham a discussão sobre novos pacotes de auxílio em um contexto de incerteza fiscal e proximidade das eleições de 2026 — fator que, segundo analistas, ainda pode trazer volatilidade ao Ibovespa nas próximas semanas.
Com Estadão Conteúdo
Notícias Relacionadas