Ibovespa tem queda de 0,30% na véspera de decisões de juros
O Ibovespa fechou em queda de 0,30% nesta terça-feira (17), aos 138.840,02 pontos, depois de operar entre a mínima de 138.293,11 e a máxima de 139.496,64 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 22,7 bilhões.
Na semana, com a alta de cerca de 1,5% na segunda-feira (16), o Ibovespa ainda avança 1,19% e, no mês, tem ganho de 1,32%. No ano, o índice da B3 sobe 15,43%.
Na véspera de mais uma Super Quarta, com decisões sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil, o mercado de ações foi impactado principalmente pelo aumento da percepção de risco, com o temor de que os Estados Unidos possam se envolver diretamente no conflito entre Israel e Irã, numa região estratégica para a produção global de petróleo.
A commodity subiu mais de 4% em Londres e Nova York, depois da afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o país não pretende assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei — “pelo menos não por enquanto”, escreveu em sua rede social ao dizer que a inteligência norte-americana sabe onde Khamenei está escondido.
Sobre a reunião do Copom, a desaceleração do IPCA nos últimos meses divide a expectativa do mercado, com projeções de manutenção da Selic em 14,75% e também de uma elevação em 25 pontos-base, para 15%. De qualquer forma, o ciclo de alta de juros está perto de sua conclusão, na avaliação do mercado, a partir dos sinais emitidos pelo BC, seja no comunicado, seja na ata da reunião de maio.
“É crucial observar que o cenário internacional permanece incerto: países continuam negociando condições tarifárias com o Departamento de Comércio americano, sem a garantia de grandes avanços”, aponta Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos.
“A inflação de curto prazo continua pressionada, principalmente nos setores de serviços e bens industrializados, refletindo efeitos do câmbio e do setor alimentício”, acrescenta o economista, observando também que os dados ainda indicam que “o mercado de trabalho e a atividade econômica permanecem dinâmicos, embora com sinais de moderação no crescimento”.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
No mercado local, o Ibovespa acabou sustentado pelo sólido ganho da Petrobras (PETR3, +2,95%; PETR4, +2,27%). Os grandes bancos foram majoritariamente positivos, com variações entre +0,20% (Santander, SANB11) e +1,50% (Bradesco, BBDC4), ambas nas respectivas máximas da sessão no encerramento.
Na outra ponta, a forte queda da Vale (VALE3), de 4,50%, pressionou negativamente o índice, num cenário de temor de recrudescimento das tensões militares e, consequentemente, risco de recessão e problemas de logística.
Bolsas de Nova York retomam queda com medo de guerra
As bolsas de Nova York fecharam em queda, em meio ao agravamento das tensões no Oriente Médio e temores de que os Estados Unidos possam se envolver diretamente no conflito entre Israel e o Irã. Fontes disseram à CNN que o presidente dos EUA, Donald Trump, está considerando ordenar um ataque contra instalações nucleares iranianas.
Dados fracos da economia norte-americana também afetaram o sentimento dos investidores, que se preparam para a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Confira os fechamentos do dia em Nova York:
- Dow Jones: 42.215,80 (-0,70%)
- S&P 500: 5.982,72 (-0,84%)
- Nasdaq: 19.521,09 (-0,91%)
As ações da Sunrun desabaram 40%, as da Enphase Energy recuaram 24% e as da First Solar caíram 18% depois que senadores republicanos apresentaram mudanças no projeto de lei fiscal e orçamentário de Trump que eliminariam gradualmente os créditos tributários para energia solar, eólica e outras fontes renováveis até 2028.
Na direção oposta, os papéis da Exxon Mobil e da Chevron subiram 1,35% e 1,93%, respectivamente, acompanhando a alta superior a 4% nos contratos futuros de petróleo.
Com Estadão Conteúdo
