Ibovespa cai 0,56% e tem fechamento mais baixo em quase um mês
O Ibovespa reforçou sua tendência negativa dos últimos dias e caiu 0,56% nesta quinta-feira (5), com fechamento aos 136.236,37 pontos, resultado mais baixo desde 8 de maio. O giro financeiro foi de R$ 22,1 bilhões.
Durante o pregão, o índice oscilou de 136.030,75 a 137.451,31 pontos, e o resultado final representa uma queda acumulada de 0,58% na semana e no mês. O ganho no ano recuou para 13,26%.
Num dia sem indicadores no cenário nacional, a principal notícia do dia foi o anúncio da agência S&P de manter a nota de crédito do Brasil em “BB”, com perspectiva estável. A última mudança adotada pela empresa foi em dezembro de 2023, quando elevou o rating de “BB-” para “BB”.
Na ausência de novidades sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), esperadas apenas para o fim de semana, um número maior de agentes passou a projetar uma nova elevação da Selic, para 15% ao ano, com impacto de alta na curva de juros futuros.
O cenário internacional acabou pesando mais, segundo analistas, à espera do resultado do payroll, os dados completos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. O indicador sai na manhã desta sexta-feira (6) e os resultados devem nortear as próximas decisões sobre juros do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).
“Houve também contato entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China), e a retomada do diálogo é importante para que se reduzam os ruídos em torno das tarifas comerciais”, afirmou Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Asset Management no Brasil.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
Os resultados negativos para as cotações de alguns dos maiores bancos ajudou a derrubar o Ibovespa, casos de Bradesco (BBDC3, -2,75%; BBDC4, -2,92%) e Itaú Unibanco (ITUB4, -1,22%). A VALE (VALE3) registrou ganhos moderados, com alta de 0,27%, e a Petrobras fechou o dia sem direção única, com PETR4 em baixa de 0,54% e PETR4 em subida leve, de +0,03%).
Entre as principais altas, destaque para a Suzano (SUZB3), em alta de 6,31%, após o anúncio de uma joint-venture global com a Kimberly-Clark, com investimento avaliado em US$ 1,7 bilhão. Na outra ponta, a Hpvida (HAPV3) registou a maior queda do dia.
Bolsas de Nova York têm fechamento misto
As bolsas de Nova York encerraram o pregão em queda, também em meio a expectativas para o payroll, que deve mostrar desaceleração das vagas criadas nos EUA. A sessão foi marcada por sinais positivos no front comercial entre Estados Unidos e China e pela queda acentuada das ações da Tesla, após um embate público entre o CEO Elon Musk e o presidente Donald Trump.
Confira os fechamentos do dia em Nova York:
- Dow Jones: 42.319,74 (-0,25%)
- S&P 500: 5.939,30 (-0,53%)
- Nasdaq: 19.298,45(-0,83%)
As ações da Tesla caíram 14,3%, ampliando as fortes perdas da véspera, depois que Trump afirmou que a maneira mais fácil de economizar no orçamento do governo é cortar subsídios de Musk. Já os papéis da PVH (PVH), dona das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, despencaram 17,9% após a empresa alertar que as tarifas vão pressionar os lucros.
A notícia de um diálogo “excelente”, segundo Trump, entre os líderes comerciais de EUA e da China elevou o otimismo sobre a retomada das negociações comerciais, ampliando a expectativa de melhora das perspectivas econômicas.
Com Estadão Conteúdo
