Ibovespa desaba 4,31% após sessão de forte volatilidade e fecha aos 157 mil pontos
O Ibovespa viveu uma sessão de extrema volatilidade nesta sexta-feira, oscilando mais de 8 mil pontos entre a máxima e a mínima do dia. Depois de ter renovado recorde intradia acima dos 165 mil pontos no início da tarde, o índice virou rapidamente para queda e encerrou em -4,31%, aos 157.369 pontos, no maior tombo desde fevereiro de 2021. O volume negociado somou R$ 44,3 bilhões, bem acima da média recente.
A reversão ocorreu após notícias domésticas que mudaram a percepção de risco no curto prazo, levando investidores a reduzir exposição a ativos brasileiros e pressionando setores sensíveis ao ciclo econômico. O movimento contrastou com o desempenho positivo das bolsas americanas, que fecharam em alta moderada.
Dólar
O dólar à vista também refletiu o aumento da aversão ao risco, oscilando entre R$ 5,29 e R$ 5,48 ao longo do dia e encerrando em R$ 5,4318 (+2,29%).
Maiores Altas
Apesar da forte correção do índice, exportadoras conseguiram sustentar movimento positivo, beneficiadas pelo câmbio:
- WEG: +2,64%
- Suzano: +1,94%
- Klabin: +1,47%
- Braskem: +0,77%
Maiores Quedas
Aversão a risco e pressão sobre a curva de juros penalizaram empresas ligadas ao consumo doméstico, educação e construção:
- Yduqs: -10,84%
- Azzas: -9,96%
- Cyrela: -9,90%
Blue Chips
As principais large caps também recuaram:
- Petrobras ON: -4,48% | PN: -3,54%
- Vale: -2,36%
- Itaú: -4,62%
- Banco do Brasil: -7,07%
- BTG: -7,91%
Mesmo com a correção, o Ibovespa ainda acumula alta de 30,83% no ano.
Contexto Internacional e Expectativas
No cenário externo, o apetite por risco seguiu apoiado pela possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve já nas próximas reuniões, após sucessivas divulgações de indicadores que apontam para uma desaceleração controlada da economia americana. Esse ambiente internacional relativamente favorável ajudou a sustentar as bolsas de Nova York no campo positivo, mesmo enquanto os ativos domésticos passaram por ajustes mais severos ao longo da tarde.
Para a próxima semana, os investidores acompanham com atenção a decisão de política monetária do Fed, além de novos indicadores de inflação e atividade nos Estados Unidos, que podem reforçar — ou limitar — a expectativa de flexibilização monetária. No Brasil, o foco permanece na reação do mercado à reprecificação de risco ocorrida nesta sexta-feira e ao comportamento dos fluxos estrangeiros, que vinham sustentando parte do movimento de alta do Ibovespa ao longo de 2024.
Com Estadão Conteúdo