Ibovespa avança 0,45%; Vale (VALE3) sobe com minério e Embraer (EMBR3) lidera ganhos. Dólar volta a fechar acima de R$ 5

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (19) em alta de 0,45%, aos 127.528,85 pontos, entre a mínima de 126.954,83 e a máxima de 128.000,08. Hoje, o volume financeiro foi de R$ 20,6 bilhões.

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No Brasil, a valorização do minério de ferro e a alta das bolsas norte-americanas impulsionaram o índice Bovespa. A agenda interna foi fraca, com destaque para Braskem (BRKM5), Magazine Luiza (MGLU3), Stone (STOC31) , Vamos (VAMO3) e Itaúsa (ITSA4) que divulgaram seus balanços do quarto trimestre.

O Ibovespa hoje avançou pelo segundo dia seguido, amparado pelos papéis da Vale (VALE3) e de outras empresas sensíveis ao minério de ferro, depois de uma valorização superior a 5% na commodity. O bom humor externo, com avanço dos índices acionários de Nova York e queda dos retornos dos Treasuries, contribuiu para o resultado. Na outra ponta, as ações da Petrobras (PETR4) voltaram a ceder, novamente pressionadas pelo temor de ingerência.

“Fomos premiados pela recuperação do minério de ferro e pelos dados da China, tanto de indústria, quanto de varejo, que continuam refletindo hoje”, afirma o sócio-fundador da Veedha Investimentos Rodrigo Moliterno. “Tudo isso traz um ânimo para o setor, que foi bastante prejudicado nas últimas semanas.”

As empresas ligadas às commodities agiram durante o dia como carro-chefe da Bolsa, diz o profissional, já que a expectativa pelas decisões de política monetária ainda deu o tom dos mercados.

Na quarta-feira, é consenso tanto que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manterá os juros na faixa de 5,25% a 5,50%, enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro cortará a taxa Selic de 11,25% para 10,75%. Os agentes estão atentos aos sinais sobre os próximos passos da política monetária.

Os investidores internacionais adotam postura defensiva, antes da decisão de política monetária nos Estados Unidos, amanhã, após o banco central japonês aumentar os juros pela primeira vez em 17 anos.

Espera-se que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha os juros no nível atual, mas em meio à inflação resistente há temores de que os sinais sejam de uma taxa terminal maior do que a estimada antes

A Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em queda de 0,94%, cotadas a R$ 36,00. Foi o mesmo movimento das ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que caíram 1%, a R$ 36,61.  

Os contratos futuros do petróleo Brent para maio, usados como referência global, registraram uma alta de 0,56%, alcançando US$ 87,38 na Intercontinental Exchange (ICE). 

Por outro lado, a Vale (VALE3) subiu 0,97%, cotada a R$ 61,49. A alta refletiu a subida do minério de ferro na bolsa de Cingapura, que atingiu US$ 107, na esteira de uma alta de 3%.

Na ponta negativa, Magazine Luiza (MGLU3), após reportar balanço, liderou as perdas com -6,64% a R$ 1,97, seguida por Pão de Açúcar (PCAR3), -1,64% a R$ 2,99, e Hapvida (HAPV3), -1,30% a R$ 3,81.

A Embraer (EMBR3) liderou os ganhos da sessão com +6,64% a R$ 31,49, seguida por Petz (PETZ3), +5,92% a R$ 4,65. Braskem (BRKM5) com +4,24% a R$ 22,85.

Em mesma direção, Ibovespa e Bolsas de NY sobem

As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam o dia em alta:

  • S&P 500: +0,56%, aos 5.178,49 pontos;
  • Dow Jones: +0,83%, aos 39.110,79 pontos;
  • Nasdaq: +0,39%, aos 16.166,79 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira (19), após o Banco do Japão (BoJ) elevar juros pela primeira vez em 17 anos, encerrando uma política de taxas negativas de longa data. Já na Austrália, o banco central local deixou seus juros inalterados.

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As bolsas da Europa fecharam em alta, com destaque para o índice de Frankfurt, que alcançou uma nova máxima histórica. O aumento foi impulsionado pelo índice de expectativas econômicas da Alemanha.

  • DAX (Frankfurt): +0,31%, aos 17.987,49 pontos;
  • FTSE 100 (Londres): +0,20%, aos 7.738,30 pontos;
  • CAC 40 (Paris): +0,65%, aos 8.201,05 pontos;
  • Stoxx 600: +0,26%, aos 505,23 pontos.

Hoje, o dólar à vista fechou em alta de 0,08%, a R$ 5,0297, após oscilar entre R$ 5,0107 e R$ 5,0549.

Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje

O que esperar das decisões de juros na Super Quarta?

Segundo Lucas Constantino, diretor da GCB Investimentos, apesar da aceleração do IPCA em fevereiro levemente acima das expectativas, não houve mudanças significativas no panorama macroeconômico doméstico ou nas sinalizações do Banco Central desde a última reunião do Copom (final de janeiro) que justificassem uma alteração em seu plano de condução da política monetária. 

“Vale ressaltar que, além do aumento das incertezas no cenário internacional e preocupações com o quadro de deterioração fiscal doméstico, o BC brasileiro tem destacado em seu balanço de riscos o mercado de trabalho apertado, que deve seguir exercendo pressões sobre a inflação, em um contexto de avanço dos rendimentos reais”, comenta Constantino. 

No entanto, embora os preços de serviços sigam em patamares elevados, a última leitura do IPCA trouxe sinais positivos de desaceleração do grupo “Serviços Subjacentes”, de 0,76% para 0,44%. “A continuidade do processo de desinflação e a manutenção dos preços e das expectativas futuras em níveis controlados são importantes para a atuação da autoridade monetária brasileira, que deve seguir sua “programação” de cortes na taxa Selic com cautela, sempre atento ao movimento das taxas de juros globais – especialmente as sinalizações do Federal Reserve”, diz o analista.

Neste contexto, a GCB Capital mantém a projeção de mais cortes de 0,50 p.p. na taxa Selic nas próximas 3 reuniões do Copom ao longo deste 1º semestre e taxa terminal de 9,25% a.a. para 2024, o que deve trazer espaço para mais valorizações nos ativos de risco sensíveis a juros e ligados ao mercado interno.

Quanto ao Fed, a GCB Capital não espera grandes surpresas na decisão do Federal Reserve nesta “super quarta”. O FOMC – Comitê de Política Monetária Americana – deve manter a taxa básica de juros na faixa entre 5,25% e 5,50% no país, em linha com as expectativas do mercado.

Dessa forma, o grande ponto de atenção fica mais uma vez para o comunicado da autoridade monetária, que pode trazer pistas importantes quanto ao início e magnitude do ciclo de queda dos juros.

“Ao final de 2023, o mercado precificava 6 cortes na fed funds rate em 2024, sendo o primeiro nesta reunião de março. No entanto, diante das últimas divulgações de indicadores econômicos relevantes e novas declarações de integrantes do Fed, as expectativas mais otimistas ficaram para trás e o mercado se alinhou às projeções trazidas na mensagem de Jerome Powell em dezembro: 3 cortes de 0,25 p.p. para este ano”, conclui Constantino. 

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (18) em alta de 0,17%, aos 126.954,18 pontos.

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Vinícius Alves

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