Grana na conta

Ibovespa encerra janeiro com perdas de 3% e volta aos 115 mil pontos após três semanas no vermelho

O Ibovespa não resistiu a mais uma golfada de pessimismo no exterior e, combinada com as tensões internas, engatou a terceira semana seguida de perdas. Com o comportamento do índice na semana, janeiro terminou no vermelho, apagando os recordes do início do mês.

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Com uma perda de 3,21% na sexta-feira, em meio a um mau humor no exterior, o Ibovespa confirmou o janeiro no vermelho ao encerrar o pregão aos 115.067 pontos, no ponto mais baixo do mês.

O ano começou com mercados otimistas com a retomada da economia e o reflexo do fim das tensões eleitorais nos EUA com a eleição de Joe Biden e de senado e câmara democratas. Com o caminho político livre, o novo presidente dos EUA promove novas rodadas de estímulos e expansão fiscal.

O índice Bovespa surfou na onda global e alcançou o recorde intraday de 125.323 pontos no dia 8, quando fechou também em seu maior valor histórico aos 125.076 pontos.

O clima, contudo, começou a azedar com o avanço das novas variantes do vírus da covid-19, que colocou o mundo em atenção com a possibilidade de lockdowns mais restritos e uma resposta imunológica mais fraca às vacinas aprovadas e em desenvolvimento.

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Na semana passada, dados das farmacêuticas Johnson & Johnson e Novavax mostraram que variantes como a sul-africana podem ser mais resistentes à vacina atual e são capazes de reinfecção, reduzindo as defesas naturais de populações com indivíduos já infectados com outras cepas.

Nos EUA, o estresse provocado pelo short-squeeze de hedge funds provocado por investidores pessoas físicas também amargou a semana dos investidores. A disparada de 1.600% na GameStop e a pressão de alta em outros papéis como a AMC após movimento coordenado de sardinhas no Reddit criaram um ambiente de dúvida sobre a possibilidade de um risco sistêmico no mercado financeiro. Clique aqui e entenda mais o caso.

Já no Brasil, a disputa política sobre o controle da Câmara e do Senado atrai a atenção dos investidores. No começo da próxima semana, deputados e senadores elegerão os sucessores de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) e determinarão os responsáveis por tocar a pauta legislativa da segunda metade do governo de Jair Bolsonaro.

A imprensa dá como favoritos os apoiados pelo presidente. Na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) parece reunir mais apoios do que o candidato apoiado por Maia, Baleia Rossi (MDB-SP), enquanto a disputa no Senado parece mais certa com a vitória de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apadrinhado por Alcolumbre, Bolsonaro e o PT.

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Com a conclusão da disputa, o cenário político deverá ficar mais claro e os investidores poderão traçar seus modelos com menos incertezas.

O ambiente do mercado financeiro acabou também pesando com o pedido de demissão de Wilson Ferreira Jr., que anunciou no final de semana passado que deixará a Eletrobras. O executivo assumirá a Petrobras Distribuidora.

O mercado entendeu que a saída de Ferreira é um baque na tentativa de privatizar a companhia, projeto que se arrasta desde o governo de Michel Temer e parece distante de ter apoio no Congresso. Hoje, à CNN, Bolsonaro voltou a afirmar que a privatização da estatal é uma prioridade.

A Eletrobras está no Ibovespa com os tickers ELET3 e ELET6, com pesos de 0,502% e de 0,344%, respectivamente.

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Felipe Areia

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