Ibovespa despenca 2% com queda de bancos e incertezas políticas; dólar dispara para R$ 5,49

O Ibovespa fechou a terça-feira (19) com uma queda de 2,20%, aos 134.295 pontos, pressionado principalmente pela forte desvalorização das ações do setor bancário. O movimento ocorreu após a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que proibiu a aplicação de decisões judiciais estrangeiras no Brasil sem a devida homologação. A medida gerou incerteza no mercado, especialmente no setor financeiro, devido ao possível impacto da Lei Magnitsky, sancionada pelos EUA, que pode afetar as operações de empresas brasileiras no exterior.

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O dólar também subiu 1,19%, fechando a R$ 5,4993, como reflexo do aumento da aversão ao risco, à medida que investidores buscaram proteção em ativos mais seguros devido ao ambiente de incerteza.

Setor bancário em queda e peso no Ibovespa

O setor bancário foi o principal responsável pela queda do índice, dado seu peso significativo no Ibovespa. As ações dos principais bancos foram duramente impactadas pela decisão de Dino e as incertezas sobre a aplicação da Lei Magnitsky, que pode afetar negativamente as operações das instituições brasileiras nos EUA e em outros países. Os principais bancos tiveram as seguintes quedas:

  • Banco do Brasil (BBAS3): -6,07%
  • Bradesco (BBDC4): -3,49%
  • Itaú (ITUB4): -3,71%
  • Santander (SANB11): -3,48%
  • BTG (BPAC11): -3,39%

Além disso, o movimento de vendas nas ações bancárias foi amplificado pela busca dos investidores por segurança no dólar, que se fortaleceu ainda mais devido ao risco político. A maior parte dos investidores optou por realocar seus portfólios, afastando-se de ativos de risco, como as ações do setor financeiro, e direcionando seus investimentos para o mercado de câmbio.

Alta do dólar e desempenho misto no restante do mercado

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Enquanto os bancos enfrentavam perdas, outros setores apresentaram um desempenho positivo. As ações de Minerva (BEEF3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) se destacaram, impulsionadas pela alta do dólar e pelo aumento das exportações. O fortalecimento da moeda americana e o aumento da demanda externa por produtos de exportação ajudaram as ações dessas empresas a se valorizarem, mesmo diante da pressão no mercado interno.

Por outro lado, a Raízen (RAIZ4) teve uma queda considerável de 3,28%, após a Petrobras (PETR4) anunciar que não faria mais investimentos na empresa. A decisão gerou um clima de incerteza sobre os planos de futuro da Raízen, especialmente no que diz respeito ao setor de etanol, levando a um movimento negativo nas suas ações.

Indicadores do mercado:

  • Dólar: Alta de 1,19%, cotado a R$ 5,4993.
  • Ibovespa: Queda de 2,20%, aos 134.295 pontos.
  • Acumulado do mês (Ibovespa): +3,19%.
  • Acumulado do ano (Ibovespa): +14,17%.

Com o cenário global instável e as incertezas políticas internas, o mercado deve continuar sua trajetória de cautela até que mais informações sejam divulgadas, principalmente em relação ao impacto das ações de Flávio Dino sobre as empresas brasileiras e as possíveis consequências no mercado financeiro.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Última cotação do Ibovespa

Ibovespa encerrou as negociações da última segunda-feira (19), em alta com 137 mil pontos.

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Maíra Telles

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