Ibovespa cai 1% com vencimento de opções e ata do Fomc; Cogna (COGN3) sobe 4%

O Ibovespa hoje fechou com queda de 1,07%, a 116.642,62 pontos, em dia de vencimento de opções sobre o índice e de divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Foi a terceira sessão consecutiva no negativo.

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Assim, emendou nesta quarta a terceira perda, entre mínima de 116.488,72 e máxima de 118.738,54 pontos, vindo de abertura aos 117.903,81 pontos. No ano, acumula baixa de 2,00% após a recente correção, que coloca agora as perdas da semana a 3,76% e as do mês a 4,23%, acima das de julho (-3,94%), quando havia interrompido a recuperação de março a junho. Com o vencimento de opções, o giro financeiro ficou bem fortalecido nesta quarta-feira, a R$ 67,1 bilhões.

Antes da aguardada ata do Federal Reserve, o Ibovespa esboçava reação, apesar da falta de sinal único em Nova York e do desempenho negativo do petróleo na sessão – ao final, os índices de NY também mostravam perdas nesta quarta-feira.

“As bolsas em Nova York estão ainda bem perto das máximas históricas, enquanto aqui há descontos em setores como os de commodities e bancos. A situação fiscal continua a pesar aqui, assim como a política, com a briga entre poderes, e certamente essa combinação de ruídos atrapalha, no momento em que o foco global está em quando se iniciará o ‘tapering’ nos Estados Unidos (a retirada de estímulos monetários pelo Federal Reserve)”, diz Ricardo Campos, CEO da Reach Capital.

Ata do Fed azeda o mercado

A ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed, divulgada no período da tarde, mostrou que o debate sobre a data do início da retirada gradual dos estímulos monetários é contínuo, e é “muito provável” que o anúncio oficial venha a ocorrer em uma dos próximos três encontros entre os dirigentes, segundo estima a BMO Capital Markets.

A redução gradativa dos estímulos monetários deve ocorrer este ano, mesmo sem o pleno emprego e preços estabilizados.

“Apesar da sinalização bastante ‘hawkish’, o que acabou azedando o humor do mercado, o documento indicou que a redução não será um gatilho para o aumento dos juros, mas, de qualquer forma, muda bastante o tom do próprio comunicado emitido após a reunião, e vai de encontro com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell“, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

“Entendemos que a reunião de novembro tem maior probabilidade para um anúncio formal da redução do programa de compra de ativos,” avaliou o BTG Pactual (BPAC11), em relatório. “O anúncio do tapering nos próximos meses terá um efeito mais suave do que aquele de 2013, mas pode pressionar os vencimentos mais longos das curvas de juros nominais e reais, sobretudo em países emergentes.”

“Alta nos juros nos Estados Unidos pode tirar fluxo de capital de países emergentes rumo aos títulos públicos americanos, o que contribuiria para enfraquecimento das moedas desses países e agravaria o aumento da inflação nestas economias menos desenvolvidas”, observa Paloma Brum, analista da Toro Investimentos.

O adiamento da reforma do imposto de renda segunda vez contribuiu para o aumento das incertezas quanto ao equilíbrio fiscal, que tem pesado sobre o Ibovespa.

Movimentação do Ibovespa hoje

O Ibovespa hoje foi pressionado pelo tombo do minério de ferro na Bolsa de Dalian, conforme a China continua espremer siderúrgicas para cortes na produção de aço. Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), Bradespar (BRAP4) e outras empresas dos setores de mineração e siderurgia sofreram com a baixa no preço da commodity.

A Braskem (BRKM5) avançou após o anúncio da parceria com a Nexeo Plastics.

Embraer (EMBR3), Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) passaram por movimentos de correção, após sucessivas perdas devido aos temores da variante delta. Cogna (COGN3) também recuperou parte do preço e liderou as maiores altas.

Ibovespa cai 1% com vencimento de opções e ata do Fomc; Cogna (COGN3) sobe 4%
Ibovespa hoje. Foto: Reprodução Status Invest

Maiores altas do Ibovespa 

As maiores altas do Ibovespa no dia de hoje foram:

Maiores baixas do Ibovespa 

As maiores baixas do Ibovespa no dia de hoje foram:

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Notícias que movimentaram a bolsa de valores 

  • Votação da reforma do IR é adiada
  • É preciso lidar bem com problema dos precatórios, diz Funchal
  • Presidentes do Senado e do STF discutem volta do diálogo entre Poderes

IR: votação do texto da reforma é adiada mais uma vez na Câmara

A Câmara dos Deputados adiou nesta terça-feira (17), pela segunda vez, o debate e votação sobre o texto da reforma do Imposto de Renda. A pauta deve ser analisada na próxima semana, ainda sem data estipulada.

A reforma do imposto de renda foi retirada do debate do plenário da Câmara depois da mobilização de líderes de centro, oposição e até do governo. Parlamentares alegam que a indefinição sobre o impacto fiscal do texto do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) para Estados e municípios merece mais tempo para a análise.

O texto, que faz parte do pacote da reforma tributária, inclui a cobrança do tributo sobre lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a acionistas, diminuição do Imposto de Renda das empresas e cancelamento de alguns benefícios fiscais.

Funchal: é preciso lidar bem com problema dos precatórios, ou vai ser muito pior

A apresentação pelo governo de uma proposta para parcelar o pagamento de dívidas judiciais da União levou parlamentares de diferentes espectros ideológicos a questionar o compromisso do governo com a manutenção do teto de gastos, hoje a principal âncora fiscal do governo, durante audiência pública com o secretário especial de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal. O secretário, por sua vez, reagiu dizendo que é preciso lidar “bem” com o problema dos precatórios, ou “vai ser muito pior”.

Neste mês, o governo apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para parcelar o passivo sob o argumento de que é preciso compatibilizar a despesa com o mecanismo do teto.

Segundo Funchal, o controle nos gastos públicos é importante para manter os juros brasileiros baixos. “Desafio é fazer receita crescer com economia e despesa cair com controle de gastos”, afirmou, durante participação em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.

Presidentes do Senado e do STF discutem volta do diálogo entre Poderes

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, se reuniu, no início da tarde desta quarta-feira (18), com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Na pauta do encontro, a relação entre os Poderes, sobretudo entre o Executivo e o Judiciário.

Em coletiva após o encontro, Rodrigo Pacheco disse que sugeriu que a ideia de uma reunião entre os presidentes da República, da Câmara, do Senado e do Supremo fosse retomada. “Precisamos restabelecer esse diálogo com o Executivo”, disse.

Segundo o presidente do Senado, radicalismos e extremismos são muito ruins para o Brasil e podem ser capazes de derrubar a democracia. De acordo com Pacheco, o presidente do STF se colocou propenso a restabelecer o diálogo e novas reuniões devem ser marcadas.  “Tivemos uma conversa importante, necessária e que possa ser o reinício de uma relação positiva entre os Poderes para que possamos ter uma pacificação nacional”.

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Desempenho dos principais índices 

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -1,07% / 116.642,62
  • IFIX hoje: -0,18% / 2.703,40
  • IBRX hoje: -1,30% / 55.330,11
  • SMLL hoje: +0,43% / 2.731,49
  • IDIV hoje: -0,16% / 6.575,79

Última cotação do Ibovespa

Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma queda de 1,07%, aos 117.903,81 pontos.

(Com Agência Câmara de Notícias e Estadão Conteúdo)

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Arthur Guimarães

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