Ibovespa amplia perdas com risco eleitoral, bancos caem forte e índice recua aos 157 mil

Ibovespa aprofundou o movimento de correção nesta quarta-feira (17) e encerrou o pregão em queda de 0,79%, aos 157.327 pontos, em um dia marcado por aversão global ao risco, pressão do noticiário político doméstico e novas perdas relevantes nas ações do setor bancário. O desempenho negativo ocorreu após a forte baixa da sessão anterior e devolveu parte do rali recente da bolsa brasileira.

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Durante o dia, o índice oscilou de forma ampla, chegando a recuar mais de 1% na mínima, aos 156.351 pontos, enquanto a máxima intradiária foi de 158.611 pontos. O volume financeiro foi elevado, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, com R$ 24,7 bilhões negociados no índice e R$ 33,0 bilhões no total da B3.

Política pesa e bancos lideram as perdas

O movimento de queda foi amplificado novamente pela forte pressão sobre as ações de bancos, penalizadas pelo aumento da incerteza política. Os papéis de BTG Pactual, Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander recuaram em bloco, retirando valor relevante do setor financeiro ao longo de dois pregões consecutivos.

Segundo Rodrigo Andrade, sócio e head de ações da Vinland, o mercado segue ajustando posições diante do cenário eleitoral mais complexo. Para ele, havia expectativa de maior coordenação política em torno de uma candidatura considerada mais moderada, o que acabou frustrado. “O movimento interrompeu o rali que vinha acontecendo na bolsa, e o mercado está digerindo a percepção de que esse cenário eleitoral tende a permanecer indefinido por mais tempo”, avaliou.

Na ponta oposta, as blue chips de commodities ajudaram a conter perdas ainda maiores. As ações da Vale avançaram mais de 1%, enquanto Petrobras também subiu, apoiada pela alta dos preços do petróleo diante das tensões envolvendo Venezuela e Estados Unidos.

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Cotação do dólar hoje

O aumento da aversão ao risco global voltou a pressionar o câmbio. O dólar comercial fechou em alta de 0,73%, cotado a R$ 5,52, refletindo a busca por proteção em meio ao ambiente mais defensivo.

Nos Estados Unidos, os principais índices encerraram o dia em forte queda:

  • Dow Jones: -0,47%
  • S&P 500: -1,16%
  • Nasdaq: -1,81%

De acordo com análise de João Paulo dos Santos, o cenário externo segue pressionado pela indefinição em relação à trajetória dos juros americanos, pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries e pelas preocupações com o setor de tecnologia, além das tensões geopolíticas recentes.

Com esse conjunto de fatores, somando incertezas políticas internas, sinalizações ainda cautelosas do Copom e um ambiente externo mais hostil, o Ibovespa segue pressionado e encerra mais um pregão em queda, em um cenário que mantém o investidor em modo defensivo.

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Maíra Telles

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