Gripe aviária reduz exportações de frango em 123 mil toneladas

A confirmação de um foco de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial em Montenegro (RS) fez com que o Brasil deixasse de embarcar cerca de 123 mil toneladas do produto entre a confirmação do caso em maio e os primeiros 14 dias úteis de junho, na comparação com a média de igual período de 2024.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/06/1420x240-Banner-Home-1.png

Os dados são do Estadão/Broadcast com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Nos dez dias úteis imediatamente após a detecção do caso, os embarques despencaram para uma média diária de 14.025 toneladas, ante 20.210 toneladas registradas ao longo de maio.

Foram exportadas 140.249 toneladas, mas, mantido o ritmo anterior, o volume poderia ter alcançado 202.100 toneladas, uma diferença de 61.851 toneladas.

O impacto se prolongou nas semanas seguintes: nos 14 primeiros dias úteis de junho, o Brasil embarcou 224.040 toneladas, com média de 16.003 toneladas por dia, abaixo das 20.400 toneladas de junho de 2024 – uma perda adicional estimada em 61.560 toneladas. Com isso, o prejuízo acumulado nos embarques supera 123 mil toneladas.

Gripe aviária: mercado começa a reverter decisão

O quadro, no entanto, começou a mudar. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu oficialmente o fim do surto de gripe aviária no plantel comercial brasileiro na última sexta-feira, 20, e o Ministério da Agricultura informou que vários países já começaram a retirar as restrições impostas às importações de carne de frango do Brasil.

Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Luis Rua, Coreia do Sul, Iraque, Marrocos e Bolívia já comunicaram a liberação das compras de frango brasileiro. “A Coreia do Sul também reabriu e há uma boa notícia. O governo sul-coreano aceitou adotar a regionalização sanitária de forma permanente. Se houver outro episódio, eles não vão mais fechar o Brasil inteiro, mas apenas o estado afetado”, complementou.

Porém, ainda há obstáculos para a normalização dos embarques: 17 mercados continuam com embargos totais à carne de frango brasileira, incluindo China, União Europeia, Chile e Filipinas, enquanto outros mantêm restrições parciais, principalmente aos produtos originários do Rio Grande do Sul ou de áreas próximas ao foco.

Há também casos de suspensão mais localizada, como no município de Montenegro (RS), onde foi identificado o foco de gripe aviária em maio, ou em raio de até 10 quilômetros do ponto de detecção.

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/03/1420x240-Banner-Artigos-1-_-Banner-Materias-1_SNAG.png

Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião