Com alta concorrência chinesa, Gerdau (GGBR4) suspende contratos de funcionários

Impactada pela alta concorrência do aço chinês, a Gerdau (GGBR4) vai afastar temporariamente cerca de 380 trabalhadores. Os funcionários da unidade da empresa em São José dos Campos, aprovaram nesta quarta-feira (13), em assembleia, a proposta de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho ou tempo de inatividade).

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A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa a categoria. Segundo a entidade, a Gerdau pretende suspender cerca de 50 contratos por cinco meses, com início em 1º de abril.

Ao jornal O Globo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, disse que desde o ano passado, a Gerdau vem comunicando que iria fazer uma reestruturação devido à maior importação de aço chinês. De lá para cá, diversos desligamentos teriam acontecido em Mogi das Cruzes e Pindamonhangaba, em São Paulo, e em unidades do Rio Grande do Sul.

“A grande ironia é que as mineradoras no Brasil exportam minério de ferro para a China, que transforma em aço e envia esse produto de volta mais barato que o próprio aço brasileiro. Nesse cenário, esse acordo a que chegamos é um fôlego para os trabalhadores”, disse Gonçalves.

A empresa teria garantido estabilidade no emprego para todos os empregados até o fim do mês de agosto. Em relação aos funcionários que serão afastados, haverá estabilidade adicional por mais três meses no retorno à fábrica, se estendendo até o mês de novembro deste ano.

No layoff da Gerdau, os trabalhadores terão ainda a garantia de pagamento do vale-alimentação e farão cursos de qualificação. Além disso, parte do pagamento dos salários será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Na semana passada, os operários da Gerdau haviam recusado a suspensão temporária dos contratos de trabalho, alegando que a proposta apresentada não previa estabilidade nem pagamento de direitos.

Também à publicação, a Gerdau confirmou a negociação com os trabalhadores, dizendo que o atendimento aos clientes não será alterado e que “o movimento tem como principal objetivo a preservação dos empregos”.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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