Gerdau (GGBR4) quer defesa antidumping de empresas asiáticas, diz CEO
A disputa entre companhias brasileiras e asiáticas em solo nacional não está perto de acabar: a Gerdau (GGBR4) anunciou que dará entrada a pedido de defesa antidumping.
A prática de exportação de produtos a preços inferiores aos negociados no mercado interno do país, intensificada pelas marcas de comércio eletrônico, estaria atrapalhando as vendas da companhia siderúrgica.
De acordo com Gustavo Werneck, diretor-presidente da Gerdau (GGBR4), durante divulgação dos resultados do quarto trimestre (4T23) da companhia, o pedido será feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) nos próximos meses. As queixas irão abordar as negociações de aços longos e planos.
Werneck afirmou na teleconferência que a empresa estava otimista para uma decisão do governo sobre o aumento da alíquota de importação para produtos siderúrgicos até o final deste mês. Entretanto, as expectativas foram frustradas até aqui apesar do esforço intenso do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as siderúrgicas, para sensibilizar o governo em relação ao pleito do setor.
Werneck, da Gerdau (GGBR4), não acha que pedido será aprovado
Para Werneck, a decisão da Gerdau “já está tomada” em relação ao próximo movimento da companhia para a adoção de pedidos de defesa antidumping. O executivo relembrou ainda que em 2022 a siderúrgica já havia feito um pedido semelhante para o aço laminado a quente, mas não foi atendida pelo governo.
Sobre o pleito daquele ano, Werneck disse ter recebido uma resposta do Getip (Grupo Técnico de Interesse Público), órgão do Mdic, que reconheceu que a Gerdau sofreu danos em seus resultados por conta de uma concorrência desleal, mas que não poderia atender ao pleito da empresa por conta de um “risco inflacionário” e prejuízos em outros setores da economia.
“Estamos fazendo essas formalidades, mas estamos descrentes de que isso (uma aprovação) possa acontecer”, afirmou o executivo.
O CEO ainda acrescenta que uma tomada de decisão específica sobre o pleito demora em média 18 meses, o que seria um tempo muito longo para a urgência que o cenário atual enfrentado pela siderúrgica no Brasil exigiria. “Pedimos que o governo coloque medidas de curtíssimo prazo como a elevação das tarifas para 25%. Quem sabe até a implementação de cotas”, disse Werneck.
O vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Gerdau (GGBR4), Rafael Japur, afirmou que a empresa também avalia entrar com outras ações com mais companhias do setor.
“Estamos avaliando entrar com outras empresas com medidas de defesa contra a concorrência, mas não podemos detalhar quais são as linhas ou produtos. Estamos verificando taticamente a melhor decisão, tomando todas as precauções jurídicas e de governança”, afirmou Japur.
Com informações de Estadão Conteúdo.