Pirâmides financeiras: MPF denuncia “faraó dos bitcoins” por fraudes bilionárias

Criador da Gas Consultoria, Glaidson dos Santos foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta sexta-feira (8) por crimes contra o sistema financeiro. Além do “Faraó dos Bitcoins”, outras dezesseis pessoas foram indiciadas na mesma operação. Segundo o MPF, Glaidson é acusado de comandar um esquema de fraudes bilionárias a partir de sistema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas.

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De acordo com a denúncia, o criador da Gas Consultoria e o restante do grupo investigado pela Operação Kryptos chegaram a movimentar cerca de R$ 38,2 bilhões desde 2015 até este ano. Além de “captar clientes” no Brasil, a organização também operava em outros sete países: Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Uruguai, Colombina, Paraguai e Emirados Árabes Unidos.

O grupo está sendo denunciada pelo ministério Público Federal por:

  • Crimes de organização criminosa;
  • Operação de instituição financeira sem autorização;
  • Gestão Fraudulenta
  • Oferecimento, emissão ou negociação irregular de valores mobiliários.

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Glaidson liderava um esquema de pirâmide envolvendo criptomoedas. De acordo com o MPF, a Gas Consultoria prometia um rendimento fixo de 10% ao mês sobre valores investidos em Bitcoin. No entanto, a operação aplicava o dinheiro dos “clientes” em outros criptoativos, e também em serviços bancários tradicionais.

Além disso, a investigação constatou que o grupo sabia que não podia oferecer esse tipo de serviço sem ter a autorização do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas isso não os impediu.

“Não forneciam informações claras sobre o retorno e os riscos do investimento, o que caracteriza a gestão fraudulenta de instituição financeira. Áudios encontrados a partir do afastamento sigilo telemáticos demonstraram que Glaidson e os demais denunciados sabiam que a atividade desempenhada exigia autorização do Banco Central (Bacen) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, diz o MPF.

“A organização criminosa possuía uma espécie de plano de carreira, com ao menos quatro cargos: sócios diretores (Glaidson e Mirela), responsáveis pela gestão estratégica e financeira do esquema; sócios administrativos, responsáveis por bancas que funcionavam de maneira similar a uma filial ou um franqueado; associados, que prestavam apoio direto aos sócios; e consultores, a quem competia a prospecção e a assistência direta de clientes, bem como o tratamento de toda a burocracia inerente aos contratos, da assinatura ao resgate”, relatam os promotores do caso.

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Criador da Gas Consultoria foi preso em agosto

Em 25 de agosto, Glaidson foi preso após ser apontado como o chefe da operação sediada em Cabo Frio, em ação conjunta da Polícia Federal com a Receita Federal na Operação Kryptos contra o esquema ilegal de bitcoins.

Antes de ser preso, o criador da Gas Consultoria estava numa casa em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ao prenderem Glaidson, a polícia também apreendeu R$ 15 milhões em dinheiro e 21 carros de luxo que estavam no local.

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Laura Moutinho

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