O BLMG11, fundo imobiliário que atua no segmento de imóveis logísticos, registrou a maior valorização de preço no mercado de FIIs ao longo do primeiro semestre deste ano.
O valor de mercado do BLMG11 saltou de R$ 26,04, no último dia de 2024, para R$ 38,00 no fechamento do primeiro semestre, na última segunda-feira, 30 de junho.
A lista abaixo apresenta 12 fundos imobiliários cujo valor de mercado cresceu mais de 15% no primeiro semestre de 2025:
Ticker | Segmento | Cotação em 30/12/2024 | Cotação em 30/06/2025 | Variação |
BLMG11 | Logística | R$ 26,04 | R$ 38,00 | 45,93% |
SARE11 | Renda urbana | R$ 3,66 | R$ 4,63 | 26,50% |
BROF11 | Lajes Corporativas | R$ 43,77 | R$ 51,98 | 18,76% |
BTAL11 | Agro | R$ 68,49 | R$ 81,30 | 18,70% |
RBRL11 | Logística | R$ 66,97 | R$ 79,19 | 18,25% |
KIVO11 | Papel | R$ 59,89 | R$ 70,30 | 17,38% |
CACR11 | Papel | R$ 86,65 | R$ 101,61 | 17,26% |
HSML11 | Shopping | R$ 72,91 | R$ 85,31 | 17,01% |
JSRE11 | Lajes Corporativas | R$ 57,03 | R$ 66,49 | 16,59% |
HGRE11 | Lajes Corporativas | R$ 103,60 | R$ 119,91 | 15,74% |
RECR11 | Papel | R$ 74,54 | R$ 86,00 | 15,37% |
VILG11 | Logística | R$ 74,60 | R$ 85,83 | 15,05% |
Curiosamente, mesmo com a forte valorização, o BLMG11 continua fortemente descontado em relação ao seu valor patrimonial por cota (VPC), de R$ 70,48. O P/VP, indicador que mede a relação entre o valor de mercado e o VPC, fechou o semestre em 0,54x, depois de virar o ano em 0,37x.
O SARE11, segundo colocado na lista, ganhou força no mercado após a divulgação da venda de todos os seus ativos — um galpão logístico e dois edifícios corporativos — para o BTLG11. Nesta semana, aliás, a gestão informou que a próxima distribuição de dividendos, no valor de R$ 0,026 por cota, com pagamento no dia 14 de julho, será a última até a liquidação do fundo, que se dará após a conclusão do processo de venda.
Fundo imobiliário mais valorizado: mercado de lajes corporativas mantém resiliência
Enquanto o SARE11 tem um portfólio híbrido, com galpões logísticos e imóveis corporativos, outros três FIIs de lista contam apenas com imóveis de escritórios, setor que ainda enfrenta fortes descontos em relação ao valor patrimonial. BROF11, JSRE11 e HGRE11, mesmo com a valorização acumulada ao longo dos últimos seis meses, ainda negociam abaixo do valor patrimonial.
Todos eles, porém, apresentam em seu portfólio edifícios que se enquadram nas preferências do mercado, como edifícios de alto padrão, modernos e com localização em regiões premium de São Paulo.
“Esperamos que as regiões premium da cidade mantenham boas perspectivas de redução da vacância e valorização dos aluguéis nos próximos trimestres. Mantemos nossa preferência por fundos imobiliários com exposição a imóveis de alto padrão em regiões primárias, devido à maior resiliência desses ativos em períodos de incerteza”, diz a XP.
Setor de logística segue com boas projeções
O segmento de imóveis logísticos também segue com potencial de valorização, de acordo com vários especialistas de mercado, mesmo com forte presença na lista dos ativos mais valorizados do primeiro semestre. Segundo o BTG Pactual, apesar de uma alta pontual na vacância em regiões centrais, a demanda segue firme nos principais eixos logísticos, favorecendo a absorção de novos espaços ao longo do ano.
“Seguimos otimistas com a estabilização da ocupação, vislumbramos novos aumentos no preço de locação e mantemos preferência por ativos no raio de até 60 km de São Paulo”, diz o time de research do BTG em sua carteira recomendada de FIIs para o mês de julho.
“As receitas imobiliárias de alguns fundos do segmento estão sendo beneficiadas por reajustes de aluguéis superiores à inflação, algo incomum no setor. Esse cenário reforça nossa percepção de um momento favorável para o segmento, impulsionado pela forte demanda de empresas de e-commerce”, aponta a XP Investimentos em sua carteira de FIIs.
As preferências do mercado estão principalmente por FIIs com maior quantidade de galpões Triple A em seu portfólio. Essa classificação é feita a partir de critérios rigorosos de construção, segurança, sustentabilidade e eficiência, segundo Mateus Vitoria Oliveira, fundador e CEO da Private Construtora, um dos principais especialistas do setor.
“Na prática, são estruturas preparadas para grandes volumes, operações automatizadas e alto giro de mercadorias, características cada vez mais demandadas por e-commerces, indústrias e operadores logísticos”, aponta o gestor.
Entre outros diferenciais técnicos estão pé-direito elevado (mínimo de 12 metros), piso nivelado de alta resistência, múltiplas docas e infraestrutura preparada para automação e controle digital, com sistemas de ventilação e iluminação inteligentes, sensores de presença e soluções voltadas à redução do consumo de energia.
Segundo Oliveira, o investimento de um fundo imobiliário na construção ou aquisição de um galpão Triple A vale a pena diante da alta valorização do ativo no mercado, diante de uma demanda crescente por parte dos locatários. “Galpões de alto padrão são cada vez mais procurados por empresas que buscam eficiência aliada à responsabilidade ambiental”, aponta o especialista.
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