Lojas Renner (LREN3), Vert e Nespresso desenvolvem projetos sustentáveis com startup high-tech

Desde o site inicial desenhado para minimizar o uso de energia até as parcerias realizadas com grandes marcas nacionais e internacionais, a FarFarm traça um portfólio de serviços relevantes. A startup atua no desenho de estratégias para negócios de impacto baseados no potencial natural de produtos agrícolas, concentrada em promover desenvolvimento social em seus processos.

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Sem deixar a tecnologia de lado, a FarFarm une sustentabilidade com high-tech e Lo-Tek, conceito cunhado pela autora Julia Watson de um movimento de design que busca reconstruir a compreensão sobre a filosofia e arquitetura indígena e expande a ideia de tecnologia contemporânea.

Na cultura interna da empresa, os valores ecológicos e preocupados com minimização da emissão de carbono são expostos em seu próprio site. Desenhado para usar o mínimo de energia possível, a página não contém imagens pesadas, vídeos ou códigos de SEO.

Além disso, a arquitetura virtual não possui servidor (serverless), sendo executada apenas sob demanda e o modo padrão da página é escuro, podendo ser alterado em um “interruptor” no topo da página. Assim, o site emite 0,07g de CO2 por visita, enquadrando-se entre os 6% dos sites mais limpos testados pelo websitecarbon.com.

Entre os projetos e cadeias de valor desenvolvidos pela FarFarm, algumas marcas conhecidas se destacam, como:

  • Renner (LREN3): Pesquisa e desenvolvimento de algodão agroflorestal no Cerrado;
  • Vert: Agrofloresta e algodão orgânico na Amazônia;
  • UK Pact: AGROcotton e a viabilidade do algodão orgânico agroflorestal;
  • Olympikus: Estratégia ESG e narrativas;
  • Nespresso: Materiais responsáveis nas suas lojas boutiques;
  • Osklen: Mapeamento de comunidade regenerativas brasileiras;

Lojas Renner (LREN3) e proteção da biodiversidade

A Lojas Renner (LREN3) foi a primeira varejista de moda do Brasil a aderir ao compromisso do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Entre os objetivos focados em proteção da biodiversidade, como o enfrentamento de mudanças climáticas e preservação de recursos naturais essenciais para a humanidade, a companhia firmou uma parceria para capacitação de agricultores.

Junto com a startup FarFarm e também com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), o objetivo da varejista é promover a técnica de produção agroflorestal do algodão, com foco na regeneração do solo e na preservação dos ecossistemas. Com essas medidas, a ideia é garantir que até 2030, 100% das principais matérias-primas utilizadas em suas marcas sejam mais sustentáveis.

Como parte desse compromisso:

  • 98% dos produtos da empresa feitos com algodão em 2022 utilizaram fibras certificadas;
  • 96,3% das matérias-primas provenientes da madeira, como viscose e liocel, passaram por sistemas de rastreabilidade que atestam sua origem e produção responsáveis.

“Nosso propósito é atuar de forma colaborativa com nossos parceiros, integrando toda a cadeia da moda na busca por soluções inovadoras para o setor, em harmonia com a preservação e a regeneração dos ecossistemas e com a geração de impactos cada vez mais positivos para o ambiente e para a sociedade,” afirma o gerente geral de Sustentabilidade da Lojas Renner, Eduardo Ferlauto.

Desde 2019, a FarFarm e a Renner vêm trabalhando juntas no desenvolvimento de unidades modelo de sistemas agroflorestais com cultivo de algodão, com agricultores familiares no bioma Cerrado. Atualmente, as operações continuam no Mato Grosso, segundo maior produtor de algodão (99%+ convencional) e o terceiro em aumento de desmatamento (2021) no Brasil. A região enfrenta desafios como degradação da paisagem, êxodo rural, solo prejudicado pelo uso intensivo de agrotóxicos, irregularidades climáticas e seus impactos socioeconômicos em seus três biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal).

O objetivo do projeto é desenvolver uma cadeia produtiva escalável e duradoura que promova a regeneração do solo, evitando o desmatamento e melhorando a saúde e o bem-estar dos agricultores, aumentando a resiliência econômica das comunidades vulneráveis. Além disso, com foco no impacto e desenvolvimento social, por meio de educação e assistência técnica, a FarFarm busca fortalecer a conscientização sobre a importância da agricultura sustentável, esperando que esses conhecimentos sejam disseminados para outras cadeias produtivas.

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Vert: algodão orgânico na Amazônia

A marca francesa Veja (Vert no Brasil), produtora de sapatos com design parisiense e fabricação brasileira, atua no nordeste do Pará. Atualmente, o foco da parceria entre a retail e a FarFarm é o aproveitamento da transformação que o bioma tem passado. É a chamada “savanização” da Amazônia: a floresta úmida tem épocas mais longas de estiagem, o que propicia um ambiente mais adequado para o cultivo de algodão, nativo de regiões semiáridas.

Juntas, as marcas desenvolveram uma cadeia produtiva de algodão orgânico em sistemas agroflorestais, com 100 famílias de comunidades tradicionais de três municípios da região. O cultivo de algodão na região potencializa a criação de agroflorestas, consequentemente regenerando áreas degradadas, gerando renda no curto prazo e segurança alimentar. Além do cultivo de espécies que incluem legumes, tubérculos e frutíferas perenes.

Com essas atitudes de recuperação, a FarFarm acredita que o bioma pode recuperar sua umidade natural e retomar suas características originais, ao passo que a produção de algodão também deve ser reduzida.

UK Pact: AGROcotton

A FarFarm, em parceria com a Imperial College London, a Universidade de Brasília (UnB), a Empaer-MT e o apoio da UK Partnering for Accelerated Climate Transitions – UK Pact, construíram um projeto de escalonamento de produção de algodão agroflorestal orgânico. Chamado de AGROcotton, o grupo desenvolve modelos de negócios aceleradores para cadeias produtivas de algodão regenerativo no Brasil. Positivamente, os efeitos do projetos são:

  • Redução sustentada das emissões de GEE;
  • Redução do desmatamento.
  • Recuperação inclusiva, com geração de renda através de trabalho para comunidades marginalizadas.

A FarFarm atua em seis projetos alinhados com seus objetivos de sustentabilidade e é uma startup que demonstra diferencial com seus projetos internacionais.

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Camila Paim

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