Risco Evergrande pode se disseminar e afetar economia da China, avalia consultoria

A crise pela qual passa a segunda maior incorporadora da China Evergrande representa o maior risco financeiro ao gigante asiático e se coloca como uma fonte de contágio que se dissemina pela economia chinesa, avaliou a consultoria britânica TS Lombard em relatório desta segunda-feira (20) obtido pelo Valor Econômico.

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Conforme publicado pelo jornal, o cenário de calotes seletivos de juros decorrente da situação da Evergrande na China levará iminentemente a uma interrupção de pagamento mais ampla.

A TS Lombard ponderou que autoridades chinesas buscarão minimizar riscos sistêmicos, especialmente as pressões deflacionárias as quais poderiam aumentar devido à venda de ativos da incorporadora. A concretização do cenário depende da depressão de preços de imóveis residenciais, que impactaria negativamente a viabilidade do setor, enquanto a riqueza das famílias seria erodida.

“Os detalhes da possível reestruturação da Evergrande ainda são desconhecidos, mas as consequências econômicas da falência da empresa podem ser mais facilmente previstas. Com perspectivas incertas para imóveis e perspectiva de preços estagnados, novas vendas vão afundar mais,” escreveu a TS Lombard.

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Embora a companhia tenha sido instruída a pagar prioritariamente dívidas de pré-venda, potenciais novos compradores devem adotar relutância em avançar em negócios de pré-venda com outros imobiliárias, principalmente caso não esperem que preços de moradias aumentem, salientou a consultoria.

Em agosto, a venda de imóveis novos na China registrou uma queda de 18% em comparação com igual período de 2020.

Efeito Evergrande desacelerará atividade imobiliária

A crise instaurada ao redor das dívidas da Evergrande desacelerará a atividade imobiliária no próximo ano, devido à queda das vendas de pré-vendas, das quais empresas dependem para mais de metade do financiamento.

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A TS Lombard enxergou uma necessidade estímulos fiscais e monetários adicionais na China, porém disse não estar claro qual o “timing desse estímulo”.

“Embora a atividade do setor imobiliário deva ser apoiada no curto prazo pela próxima intervenção do governo, os mercados vão continuar voláteis devido à incerteza sobre a exposição de empresas individuais e bancos à Evergrande e os efeitos potenciais sobre a demanda por commodities, que são os principais insumos do setor,” ressaltou.

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Arthur Guimarães

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