Evergrande paga US$ 19 milhões em juros de dívida local e alivia credores

A incorporadora Evergrande pagou cerca de 121,8 milhões de yuans (US$ 19 milhões) em juros de uma dívida doméstica, chamada de onshore. Os papéis tinham vencimento na última terça-feira (19) e o pagamento alivia a preocupação do mercado quanto ao possível calote a credores internacionais.

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De acordo com a imprensa local, os recursos partiram do Hengda Real Estate Group, principal unidade da Evergrande. Segundo reportou o jornal Valor Econômico, a incorporadora irá priorizar os pagamentos ao mercado local.

O mercado de títulos internacionais respondeu de forma positiva ao cumprimento do compromisso da companhia na véspera.

A posição do Banco Central (BC) chinês também alivia os investidores, ao dizer que garantirá o pagamento de dívidas por parte de empresas do setor imobiliário do país.

A Evergrande, contudo, não tem tempo para pensar. Outro título, com prazo de vencimento em 23 de março do ano que vem, ficará inadimplente se a empresa não pagar os juros atrasados após um período de carência de 30 dias. Esse período expira no próximo sábado (23).

BC diz prevenir risco sistêmico em caso da Evergrande

O presidente do Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, disse que as autoridades do país asiático têm agido para evitar o contágio da crise de liquidez enfrentada pela Evergrande em outras empresas do setor imobiliário.

Dessa forma, segundo o dirigente, é possível prevenir o risco sistêmico.

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Durante o seminário anual do G30, realizado de forma virtual no último domingo (17), Yi Gang disse que apenas um terço dos passivos da Evergrande são detidos por instituições financeiras.  “Causa preocupação e ampla discussão”, comentou o dirigente quando questionado no evento.

No mês passado, a Evergrande, segunda maior incorporadora da China, disse que estava com dificuldades para arcar com suas dívidas, que estão na ordem de US$ 300 bilhões.

A Evergrande ocupa o segundo maior registro de vendas de imóveis em outubro. Caso ela quebre, há dúvidas sobre o que pode acontecer com o segmento imobiliário do país e, consequentemente, com a desaceleração econômica chinesa, que já está em curso.

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Jader Lazarini

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