Encontro entre ministros da Rússia e Ucrânia na Turquia termina sem acordo

Mais uma vez as negociações entre Rússia e Ucrânia terminaram sem acordo. Nesta quinta-feira (10), os ministros de relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, se reuniram por uma hora e meia em Antália, na Turquia, mas a conversa não avançou com possíveis soluções para o conflito.

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Entretanto, esse foi o primeiro encontro com membros de alto escalão dos dois países, com a presença de ministros. Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, os participantes nos encontros não tinham postos de tamanha representação no governo de seus países.

Após o encontro de hoje, ambos os ministros afirmaram que a expectativa dos tópicos a serem negociados eram completamente diferentes para cada um deles, de modo que a negociação foi um fracasso.

Negociação entre Rússia e Ucrânia, na Turquia. Foto: Reprodução/ Twitter de Oleg Nikolenko.
Negociação entre Rússia e Ucrânia, na Turquia. Foto: Reprodução/ Twitter de Oleg Nikolenko.

Desencontro nas negociações

Kuleba tinha intenções de avançar no tema do cessar-fogo para viabilizar o corretor humanitário para a retirada de civis do país. Mas Lavrov permaneceu na narrativa de que a Ucrânia deve ceder para manter a posição de neutralidade frente aos países ocidentais.

“Conversamos sobre a questão do cessar-fogo de 24 horas para resolver a maior parte das questões urgentes do ponto de vista humanitário. Não fizemos progressos nesse campo, infelizmente. Parece que há outras pessoas que decidem sobre isso na Rússia”, ressaltou o ministro ucraniano.

Já o ministro russo afirmou que “encontros como o desta quinta não podem ser usados para substituir as negociações principais” em Belarus. Segundo Lavrov, discussões sobre cessar-fogo já estão acontecendo na Bielorússia e a Ucrânia está provendo “reuniões só para ter reuniões”.

O ministro ainda indicou que a Rússia irá continuar com os ataques até que seus objetivos sejam alcançados.

“Queremos uma Ucrânia amigável e desmilitarizada, uma Ucrânia na qual não haja risco de criação de outro Estado nazista, uma Ucrânia onde não haverá proibição da língua russa, da cultura russa”, disse Lavrov.

Por sua vez, Kuleba respondeu: “A mensagem mais ampla que ele me transmitiu é que eles continuarão sua agressão até que a Ucrânia atenda às suas demandas, e a menor dessas demandas é a rendição”.

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Encontro dos presidentes da Rússia e Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (9) que está disposto a fazer concessões para acabar com a guerra que a Rússia travou contra o seu país. Entretanto, o chefe do executivo acredita que isso só será possível quando ele próprio negociar diretamente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Segundo Lavrov, a Rússia está aberta para conversas sérias entre os dois presidentes, mas antes seria necessário fazer um “trabalho preparatório”, para que Zelensky e Putin abordassem “temas específicos”.

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“Dissemos que Putin não se recusaria a se encontrar com Zelensky, mas qualquer contato deveria ser substanciado em algo específico”, disso o ministro russo.

Para Zelensky, um dos pontos essenciais para que a negociação entre os países tenha um final conclusivo são as duas partes estarem dispostas a fazer concessões. O presidente da Ucrânia já afirmou algumas vezes que está aberto para esse diálogo.

“Somente após conversas diretas entre os dois presidentes poderemos encerrar esta guerra”, disse ele.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura 15 dias. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 500 civis ucranianos já morreram com o conflito. O número de refugiados já chegou a 2,2 milhões – cerca de um a cada 20 ucranianos.

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Monique Lima

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