Eletrobras (ELET3) projeta impacto negativo com revisão da Aneel; Genial mantém recomendação
A Eletrobras (ELET3) e a ISA Energia (ISAE4) divulgaram projeções que apontam impactos negativos em seus desempenhos financeiros após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisar o cálculo de indenizações pagas às concessionárias do setor elétrico.

As alterações da Aneel se deram na Remuneração Básica do Sistema Existente (RBSE), que é uma compensação financeira às transmissoras de energia. As empresas impactadas são aquelas com ativos de transmissão em operação antes de 2000 e que renovaram as suas concessões após a renovação dos contratos em 2013.
De acordo com a Aneel, a medida irá reduzir em R$ 5,6 bilhões os repasses até 2028 e resultará em possibilidades de redução nas tarifas ao consumidor.
Após o anúncio da agência, as duas companhias divulgaram fatos relevantes apontando suas projeções. A ISA Energia (ISAE4) estima uma redução no fluxo da RBSE em cerca de R$ 300 milhões/ano, enquanto a Eletrobras (ELET3) prevê queda de R$ 1,3 bilhão/ano.
O grande motivo de descontentamento para a Eletrobras e a ISA Energia está no fato de que ambas entendiam que a Aneel estava subavaliando a indenização a ser recebida.
Genial analisa Eletrobras e ISA Energia
Apesar da notícia cair sobre as companhias, a Genial segue mantendo a recomendação de compra para ambas. Segundo seus analistas, o impacto foi negativo, mas de alcance limitado. “O impacto no EBITDA das empresas é de 6,4-6,7% para Isa Energia e 3-4% para Eletrobras para o ciclo 2025-2028. Sendo assim, estamos introduzindo um novo preço-alvo de R$27,3/ação para ISAE4 e R$51,5/ação para ELET3”.
No mês passado a Eletrobras teve sua nota de crédito elevada pela Moody’s, que agora classifica o rating corporativo da companhia em Ba1, com perspectiva estável. A avaliação reflete avanços consistentes em sua estratégia pós-privatização, marcada por redução de custos, simplificação da estrutura corporativa e solidez de liquidez.
A Moody’s destaca que a Eletrobras (ELET3) possui caixa de R$ 30,3 bilhões, além de receitas previstas com venda de ativos e recebíveis que garantem folga para operar por até 24 meses sem recorrer ao mercado de dívida.