Eletrobras (ELET3), CPFL (CPFE3) e Energisa (ENGI11): por que as elétricas estão subindo no Ibovespa hoje?

As ações da Eletrobras (ELET3), CPFL (CPFE3) e Energisa (ENGI11) estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (28). Isso porque, na véspera, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que a renovação da concessão das distribuidoras de energia elétrica seja feita sem ônus às empresas.

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A defesa não passou batida pelo mercado, que reage de maneira positiva no pregão de hoje. Por volta das 13h15, as ações da Eletrobras, CPFL e Energisa sobem 5,42%, 3,92% e 4,43%, respectivamente. Além delas, outras elétricas operam com ganhos, caso da Copel (CPLE6) e da Equatorial (EQTL3), que somam 2,49% e 3,85%.

“Dentro das concessões, provavelmente não há o que se falar em outorga e onerosidade para essas renovações ou licitações, a não ser que sejam feitas internamente nos contratos para melhorar a qualidade dos serviços das distribuidoras”, disse o ministro no evento Arko Conference 2023.

Nesta quarta (29) o Tribunal de Contas da União (TCU) irá reabrir a discussão sobre a renovação de concessões de distribuição de energia. Ontem, embora não tenha falado sobre as concessões, o presidente TCU, Bruno Dantas, contribuiu para o fechamento positivo da Eletrobras, ao dizer que não há “espaço” para rever privatização.

BBA vê declarações de Silveira como positivas

Em relatório divulgado hoje, o Itaú BBA avaliou as falas de Alexandre Silveira como positivas para as distribuidoras de energia elétrica. “A declaração do ministro corrobora nossa visão de que a renovação da concessão não exigirá o pagamento de bônus ou, na pior das hipóteses, apenas um pequeno pagamento”, apontam.

Marcelo Sá e sua equipe destacam que o modelo tarifário das distribuidoras de energia é totalmente regulado, com reajustes tarifários programados a cada quatro ou cinco anos a fim de garantir que os ganhos de eficiência sejam compartilhados com os consumidores.

“Não faria sentido cobrar um bônus de concessão ou dar um desconto significativo no Base de Ativos Regulatórios (RAB) para renovar uma concessão de distribuição, visto que o retorno é regulado e os custos regulatórios e perdas são ajustados durante cada reajuste tarifário, com as distribuidoras compartilhando os ganhos de eficiência com os consumidores”, diz o relatório do Itaú BBA.

Os analistas do banco ainda apontam a preferência pelas distribuidoras de energia elétrica em relação às geradoras e transmissoras. Além disso, reiteraram a recomendação de compra (outperfom) para ações da Equatorial (EQTL3).

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Apesar disso…

Embora tenha defendido ontem a renovação sem ônus às distribuidoras de energia, o ministro Alexandre Silveira criticou o modelo de privatização da Eletrobras. Segundo ele, “foi injusto” e o novo formato de corporação não atende ao mínimo de segurança estratégica.

Silveira ressaltou, no entanto, que a nova natureza jurídica da empresa está consolidada, mas que o governo tem o direito de judicializar a questão.

“Acho que quem tem 40% das ações não pode ter um conselheiro em nove. Então é um modelo de corporação que não atendeu, na minha opinião, o mínimo de segurança estratégica ao povo brasileiro”, disse.

Silveira ainda afirmou que, de acordo com os modelos de corporações que ele conhece, tanto no Brasil quanto no mundo, a privatização da Eletrobras foi injusta.

“A nossa golden share [ação preferencial que permanece com o governo após a privatização] é vergonhosa. Ela não serve para absolutamente nada. Ela não dá nenhuma estabilidade, nenhuma segurança a esse grande setor estratégico de energia”, declarou o ministro.

O ministro, no entanto, reafirmou que a privatização da companhia está consolidada, que passou pelos trâmites do processo de venda. Vale lembrar que a Eletrobras detém cerca de 50% da transmissão de energia do país e aproximadamente 36% da geração nacional.

Com informações da Agência Brasil

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Janize Colaço

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