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Dólar vira e fecha em queda após Guedes afirmar que permanece no Ministério da Economia

Dólar acima dos R$ 5

Dólar. Foto: Pixabay

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (22) em queda de 0,71%, frente ao real, valendo R$ 5,627 na venda.

O dólar hoje operou em alta durante boa parte da sessão, refletindo o aumento do risco fiscal e a dúvida sobre a permanência do ministro Paulo Guedes na equipe econômica. Após o economista confirmar que não pediria demissão e continuaria no cargo, a cotação do dólar viu um espaço para se ajustar e passou a cair.

Contudo, Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, aponta que “de qualquer forma, quando a gente pensa em um patamar próximo à R$ 5,64 , que é o atual [patamar do dólar], não dá pra falar que a gente não está em um cenário de aversão ao risco.”

Segundo a economista, esse cenário sugere que o mercado não gostou das questões fiscais, e ainda enxerga como uma pedalada fiscal. “A gente vai ver quais vão ser as consequências disso daqui a pouco, e a gente ainda deve viver com bastante volatilidade”, afirma.

” Esse pequeno ajuste que está acontecendo pós fala do Paulo Guedes em que ele se mantém no governo, não significa de forma nenhuma que há um alívio nos mercados, a sensação de aversão ao risco se mantém”, completa.

Movimentação do dólar hoje

No início do dia, o dólar americano operava em forte alta, em meio ao azedume com o aumento do risco fiscal. Era evidente o mau humor com declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, na quarta à noite, de que o governo pode pedir um “waiver”, uma “licença para gastar” além do que o teto permite para bancar o Auxílio Brasil.

No decorrer do dia, o dólar desacelerou a alta após os rumores de que o ministro Paulo Guedes teria pedido demissão nesta manhã serem negados por ele.

Também pesou no dólar hoje a debandada no Ministério da Economia. Ontem, após a comissão especial da Câmara aprovar o texto da PEC dos Precatórios que institui um limite ao pagamento das dívidas e altera a regra do teto de gastos, quatro membros do Ministério da Economia pediram exoneração dos seus cargos. Saíram:

Além dos membros do Ministério da Economia, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, também pediu demissão do posto.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

Paulo Guedes continua no cargo

Com o mercado em polvorosa em função da possibilidade de rompimento do teto de gastos e de saída do ministro Paulo Guedes, o chefe da pasta econômica afirmou que “não pediu demissão em momento algum” ao presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista coletiva, realizada no Ministério da Economia na tarde desta sexta-feira (22), Paulo Guedes, ao lado de Bolsonaro, disse que tampouco o presidente “insinuou qualquer coisa semelhante”.

Os rumores da saída de Guedes vieram à tona nesta manhã, após o jornal Correio Braziliense ter noticiado que o ministro pediu demissão em meio à uma discussão com Bolsonaro, ontem à noite. Pouco depois, a agência de notícias Reuters reportou que o ministro seguiria no cargo.

Contudo, o sentimento de incerteza foi suficiente para que o mercado precificasse uma debandada no Ministéiro da Economia ainda maior.

Esteves Colnago aceita assumir cargo de secretário de Tesouro e Orçamento

O ex-ministro do Planejamento e hoje secretário da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago, aceitou assumir o cargo de secretário de Tesouro e Orçamento da pasta no lugar de Bruno Funchal, quem pediu exoneração na noite de quinta-feira (21). A informação é da CNN Brasil.

De acordo com o site da emissora, Esteves Colnago foi o principal atuante no meio campo entre o Ministério da Economia e o Congresso e era apontadora desde a noite anterior como o sucessor natural de Bruno Funchal.

A equipe econômica do ministro Paulo Guedes destacou que o economista tem perfil técnico e fiscalista. Manterá as premissas do governo federal no trabalho por reformas a fim de por panos quentes no noticiário apimentado dos últimos dias, salientou.

Contas externas têm saldo negativo de US$ 1,7 bilhão em setembro

As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 1,699 bilhão em setembro, informou hoje (22) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2020, o déficit foi de US$ 346 milhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a diferença na comparação interanual se deve ao resultado do superávit comercial que reduziu US$ 1,9 bilhão, enquanto os déficits em serviços e em renda primária recuaram US$ 391 milhões e US$ 96 milhões, respectivamente. “O déficit aumentou, embora permaneça em patamares baixos”, explicou.

Em 12 meses, encerrados em setembro, o déficit em transações correntes é de US$ 20,702 bilhões, 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 19,349 bilhões (1,22% do PIB) em setembro de 2021 e déficit de US$ 32,260 bilhões (2,09% do PIB) no período equivalente terminado em setembro de 2020.

Cotação do dólar atinge máxima em seis meses

O dólar encerrou o último pregão, quinta-feira (21), com alta de 1,92% frente ao real, valendo R$ 5,66 na venda. A moeda alcançou uma nova máxima em 6 meses.

Com informações de Estadão Conteúdo. 

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