Dólar mantém queda após dados dos Estados Unidos; veja quando é a hora de comprar

O dólar segue em queda no mercado local na manhã desta quinta (13), voltando a acompanhar a tendência internacional da moeda americana. Mas a liquidez é reduzida, num dia de agenda fraca. Às 12h30, o dólar à vista caía 0,31%, a R$ 4,921.

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O dólar maio tinha queda de 0,02%, a R$ 4,9320. As atenções em torno da moeda norte-americana ficam em indicadores dos EUA. O índice PPI caiu 0,5% em março ante fevereiro; previsão estável. O núcleo do PPI sobe 0,1% em março ante fevereiro; previsão +0,2%.

O PPI dos EUA subiu 2,7% na comparação anual de março e o núcleo do PPI avançou 3,6%. Já os pedidos de auxílio-desemprego subiram 11 mil na semana, a 239 mil; previsão 235 mil.

O que impacta o dólar hoje?

O mercado de câmbio responde à tendência internacional de baixa da moeda norte-americana. Euro, libra e iene se valorizam pela manhã, após ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) publicada na quarta (12) à tarde indicar projeção de que os EUA deverão enfrentar uma leve recessão no fim do ano, em função da recente turbulência no setor bancário. Há expectativas ainda pela apresentação do texto do arcabouço fiscal do governo Lula ao Congresso até esta sexta.

Um apetite leve por ativos de risco se sustenta também, embalado por indicadores europeus e um forte superávit comercial da China divulgados mais cedo. A produção industrial da zona do euro subiu 1,5% em fevereiro ante janeiro, acima da expectativa e, na Alemanha, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) desacelerou para 7,4% em março, ante 8,7% em fevereiro. E a China revelou também uma inesperada alta nas exportações de março e queda nas suas importações, resultando num superávit comercial bem acima do previsto.

Na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou sua terceira visita de Estado ao país. Lula acompanhou a posse da ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o chamado banco dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente reuniu-se também, em Xangai, com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A companhia chinesa negocia uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.

Já o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou, a maior empresa de construção civil na China, propôs ao presidente Lula a criação de mecanismos de troca direta entre o yuan, a moeda chinesa, e o real, como uma forma de facilitar transações financeiras entre os dois países.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu, em seu primeiro discurso na China, o combate à pobreza e as reformas de organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional e afirmou que o Brasil “está de volta” ao cenário internacional após uma “inexplicável” ausência. Mas o presidente foi além, questionando o motivo pelo qual os países precisam do dólar para lastrear seus negócios.

“Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar. Por que não podemos fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda? Por que não temos o compromisso de inovar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda, depois que desapareceu o ouro como paridade”, questionou o presidente na cerimônia de posse de Dilma Rousseff.

Mais tarde, Lula ouviu que o presidente da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tog, estaria disposto a criar mecanismos de troca direta entre o yuan, a moeda chinesa, e o real.

O acordo seria uma forma de facilitar transações financeiras entre os dois países.

No Brasil, a CCCC investe em obras de infraestrutura, como a construção da ponte Salvador-Itaparica.

Lula foi acompanhado na reunião por ministros, incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e cinco governadores, entre eles o da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Também nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda disse a jornalistas que a possibilidade do comércio exterior em moedas locais é “concreta” e as conversas podem avançar.

“Uma das tarefas que Lula pretende deixar é que os bancos multilaterais dos quais o Brasil faz parte possam servir de catalisadores desses processo de alternativa às moedas tradicionais, como euro e dólar, que respondem pela maior parte do comércio internacional”, afirmou o ministro.

Em entrevista à Globonews, Haddad disse que se pode pensar em comércio internacional bilateral com moedas locais com muita tranquilidade e que a vantagem é “é escapar da camisa de força de ter comércio fixado em moeda de um país que não faz parte da transação”.

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Devo comprar dólar hoje?

De acordo com os especialistas ouvidos pelo Suno Notícias, para quem deseja comprar dólar, um bom parâmetro é monitorar o Boletim Focus. Sempre que a cotação estiver abaixo da previsão do boletim, significa que a moeda está “barata”. A previsão mais recente é de que a moeda chegue em R$ 5,25 no final do ano.

Atualmente, é possível efetuar essa operação diretamente pelo celular. Clique e confira mais detalhes sobre como comprar dólar no smartphone.

Enquanto o Focus trabalha com R$ 5,25, bancos como Itaú (ITUB4) e a XP Investimentos veem a taxa de câmbio na casa dos R$ 5,30 no final de 2023.

“A nosso ver, a incerteza fiscal e os ruídos políticos sobre o quadro fiscal pesam sobre a taxa de câmbio, evitando a valorização que seria esperada pela balança comercial positiva e pelos preços de commodities favoráveis”, complementam os especialistas da XP Caio Megale, Rodolfo Margato e Tiago Sbardelotto ao analisarem os rumos do dólar.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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