O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (18) em alta, cotado a R$ 5,5009, com variação positiva de 0,07%. Segundo operadores, depois do rali recente do real, investidores adotaram uma postura cautelosa e evitaram apostas mais contundentes em dia marcado por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Em junho, o dólar já caiu 3,82% em relação ao real. No ano, as perdas são de 10,99%.
As tensões geopolíticas que dominaram as atenções nos últimos dias parecem ter ficado em segundo plano nesta Super Quarta. Não houve reação expressiva do mercado de câmbio à possibilidade de os Estados Unidos se envolverem diretamente na guerra entre Israel e Irã. O fechamento do mercado se deu após a decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) de manter as taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50%. Porém, o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, de aumentar a taxa selic de 14,75% para 15%, foi divulgada após o encerramento do dia.
O dólar também se firmou em leve alta em relação ao real em meio às declarações do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele alertou que o tarifaço de Trump já começa a ser sentido nos preços, efeito que deve se intensificar nos próximos meses. E mais: as incertezas provocadas pelo vaivém da política comercial americana deixam os dirigentes do Fed receosos em promover um corte de juros. “Para reduzir juros, estamos esperando para ver o que acontece com as tarifas”, disse Powell.
Para o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, com o mercado de trabalho ainda resiliente e as incertezas associadas ao impacto do tarifaço de Trump, o Fed não “tem necessidade de agir de forma apressada para reduzir os juros diante da moderação do ritmo do crescimento econômico” nos EUA.
Dólar repete leve alta no mercado externo
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,09%, a 98,905 pontos, nesta quarta-feira (18). Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caiu a 145,17 ienes, o euro cedia a US$ 1,1471 e a libra tinha queda a US$ 1,3408. O segundo dia seguido de leve alta da moeda norte-americana teve como destaque a decisão de política monetária do (Fed), que manteve os juros inalterados.
A reação inicial do dólar foi discreta porque o câmbio está atualmente muito focado em eventos geopolíticos e nas oscilações do preço do petróleo, diz o ING. De acordo com o banco, o próprio Fed está sinalizando muito pouca confiança em suas projeções sobre onde estará o equilíbrio entre inflação e desemprego em alguns meses. “O que provavelmente importará mais para o dólar é a reação de Trump ao tom ainda cauteloso do Fed em relação aos cortes. Vimos casos de grandes liquidações de dólares sempre que os mercados sentiram que a independência do Fed estava seriamente em risco”, conclui o comunicado do ING.
Entre os 19 dirigentes do Fed, oito acreditam que os juros terminarão 2025 entre 3,75% e 4,00%, 50 pontos-base abaixo do nível entre 4,25% e 4,50% mantido na reunião. Outros sete dirigentes acreditam que a taxa terminará 2025 na faixa atual, enquanto outros 2 banqueiros centrais defendem que os juros devem encerrar o ano entre 4% e 4,25%.
Com Estadão Conteúdo
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