Dólar fecha em queda de 0,59%, com alta dos juros futuros e leilões do BC

O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (20) em queda de 0,59%, frente ao real, valendo R$ 5,561 na venda.

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Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, explica que a queda do dólar hoje no Brasil foi puxada, principalmente, por dois fatores, sendo o primeiro deles a alta dos juros futuros aqui no Brasil: “Indica que o Banco Central pode aumentar o ritmo da Selic na reunião da próxima semana”, explica a economista.

Já o segundo fator apontado por Quartaroli  foi a bateria de leilões que o Banco Central realizou ao longo do dia hoje, “deixando claro que a autoridade monetária vai continuar utilizando os instrumentos que tem para conter uma variação atípica do dólar.”

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Contudo, ela ressalta que “as incertezas sobre o valor do Auxílio Brasil e consequentemente com o teto de gastos continuam no radar dos mercados, de forma que a volatilidade também deve continuar.”

Movimentação do dólar hoje

No início do dia, o dólar americano operava em queda, frente ao real, após a venda integral de US$ 500 milhões em um swap novo. durante o dia, o Banco Central (BC) vendeu dois lotes completos de contratos ofertados em dois leilões, um já previsto em calendário e outro extraordinário. Ao total, foram injetados no mercado futuro US$ 1,2 bilhão em moeda norte-americana.

Além disso, os investidores estavam aguardando a reunião da Comissão Especial da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados marcada para as 14h desta quarta-feira. Contudo, o evento foi cancelada. O motivo não foi explicado e ainda não há data para analisar o texto, mas a expectativa é de que nova reunião seja agendada para amanhã (21), às 14h30.

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No decorrer do dia, o se dólar manteve em queda, precificando a bateria de leilões do BC.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Governo confirma Auxílio de R$ 400 e promete reajuste de 20% para programa
  • Votação da PEC dos Precatórios é novamente adiada
  • Livro Bege capta perspectiva positiva para curto prazo nos EUA e incerteza maior

Auxílio Brasil é oficializado

Após críticas por turbinar o Auxílio Brasil apenas com parcelas temporárias, o governo anunciou hoje que dará um reajuste linear permanente de 20% em todos os benefícios e pretende zerar a fila do programa, hoje Bolsa Família, até dezembro deste ano. Mas o governo não desistiu de levar o benefício a R$ 400 em 2022, ano em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, concorrerá à reeleição.

O compromisso com o pagamento dos R$ 400 a todas as 16,9 milhões de famílias que serão beneficiadas pelo Auxílio Brasil foi reafirmado nesta quarta pelo ministro da Cidadania, João Roma. Segundo ele, um benefício temporário será pago até dezembro do ano que vem para garantir que todos recebam esse valor.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Roma não detalhou qual será a fonte de recursos para o reajuste permanente, nem como será viabilizado o pagamento do auxílio temporário.

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Sempre que questionado sobre despesas fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação, Roma citou compromisso do governo com “responsabilidade fiscal”, mas não foi enfático sobre o teto.

Votação da PEC dos Precatórios é cancelada

A reunião da Comissão Especial da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados marcada para as 14h desta quarta foi cancelada. O motivo não foi explicado e ainda não há data para analisar o texto, mas a expectativa é de que nova reunião seja agendada para quinta-feira (21), às 14h30.

Na sessão, os integrantes da comissão iriam votar o parecer do relator, Hugo Motta (Republicanos-PB). A reunião da comissão que analisa da PEC dos Precatórios já havia sido adiada na terça-feira (19) para o dia seguinte. O relatório foi apresentado no dia 7 de outubro.

Em vez do parcelamento em dez anos do pagamento dos precatórios, Motta propõe que, a cada exercício, haja um teto para o pagamento das dívidas, correspondente ao valor pago em 2016.

Esse limite seria corrigido pelo teto de gastos. Haveria ainda prioridade para os pequenos credores. No ano que vem, o limite seria de cerca de R$ 40 bilhões, o que abre um espaço de R$ 50 bilhões para outras despesas.

Livro Bege: otimismo mais cauteloso

O dólar hoje também acompanhou o Livro Bege. Apesar das perspectivas para a atividade econômica seguirem positivas no curto prazo, de modo geral, alguns distritos dos Estados Unidos observaram incerteza crescente e um otimismo mais cauteloso do que nos meses anteriores, de acordo com o Livro Bege, divulgado nesta quarta-feira  pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

De acordo com o documento, um sumário de opiniões que embasam as decisões de política monetária do banco central dos EUA, empresários observaram ritmo de crescimento econômico de modesto a moderado, com diversos distritos notando desaceleração em relação ao período anterior. Gargalos na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e incerteza causada da cepa Delta do coronavírus seguraram o crescimento.

Na maioria dos distritos, entretanto, foram notadas melhoras no consumo. “Porém, as vendas de automóveis foram amplamente relatadas como em declínio devido aos baixos níveis de estoque e preços crescentes”, diz o Livro Bege.

Atividades de turismo e viagem variaram conforme o distrito. A indústria, por sua vez, cresceu de modo moderado a robusto na maior parte do país. Já a demanda por empréstimos ficou estável ou melhorou moderadamente. A atividade imobiliária ficou estável ou caiu, mas o mercado seguiu saudável, de modo geral, aponta o documento. As condições ligadas à agricultura foram mistas e o mercado de energia mudou pouco, afirma o Livro Bege.

Cotação do dólar nesta terça (19)

Na última sessão, terça-feira (19), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,33%, negociado a R$ 5,59.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Laura Moutinho

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