Desemprego no Brasil cai a níveis não vistos desde 2014

No terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego no Brasil atingiu 7,7%, marcando uma queda significativa em relação ao índice de 8% do segundo trimestre e aos 8,7% registrados no mesmo período do ano passado. Esses dados provêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Este é o menor nível de desemprego desde o último trimestre de 2014, quando foi registrado um índice de 6,6%.

Durante o terceiro trimestre de 2023, o volume de população desempregada foi de 8,3 milhões. O valor representa uma queda de 3,8% em relação ao trimestre anterior e uma redução de 12,1% em comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Por outro lado, o IBGE informou que a população ocupada aumentou para 99,8 milhões, refletindo um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e um aumento de 0,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse número representa também o maior contingente de pessoas empregadas desde o início da série histórica em 2012.

O nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1%, crescimento ante o segundo trimestre (56,6%) e estabilidade em relação ao terceiro trimestre de 2022.

“Temos simultaneamente um número maior de pessoas ocupadas e um recuo da pressão no mercado de trabalho [ou seja, um número menor de pessoas procurando emprego]. Isso contribui para uma queda consistente dessa taxa de desocupação”, explicou a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy.

Trabalhos informais e o desemprego no Brasil

Entre os trabalhadores informais, o terceiro trimestre indicou um total de 39 milhões de pessoas, ou seja, 39,1% do total da população ocupada. No trimestre anterior, a taxa de informalidade era de 39,2%, enquanto no terceiro trimestre do ano passado chegava a 39,4%.

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado – sem considerar os trabalhadores domésticos – era de 37,4 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 1,6% no trimestre e de 3% no ano. Esse é também o maior contingente desde janeiro de 2015 (37,5 milhões).

Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,3 milhões) ficou estável no trimestre e no ano.

“Dada uma queda muito acentuada na demanda por bens e serviços na pandemia, as atividades consideradas formais, como a indústria e os serviços de maior valor agregado, suprimiram muito a absorção de trabalhadores”, disse Adriana. “À medida em que o cenário vai se normalizando [no pós-pandemia], essas atividades mais formais têm sua demanda aquecida e voltam a contratar”, avaliou.

Os trabalhadores por conta própria ficaram em 25,5 milhões de pessoas, total também estável nas duas comparações. Outro segmento que manteve estabilidade foi o de trabalhadores domésticos: 5,8 milhões de pessoas.

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Agricultura está entre os setores da economia que mais viram o desemprego no Brasil crescer

Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o grupamento de atividades com maior crescimento no pessoal ocupado é composto por informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%). Os demais grupos não apresentaram variação significativa.

Já em relação ao terceiro trimestre do ano passado, foram observadas altas nos grupamentos de transporte, armazenagem e Correios (4,3%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%).

Houve recuo no pessoal ocupado nos grupamentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,8%) e outros serviços (-4,5%).

Renda média do brasileiro em 2023

Além das taxas de desemprego no Brasil, o IBGE também divulgou o rendimento médio real habitual do trabalhador (R$ 2.982) subiu 1,7% no trimestre e 4,2% no ano, puxado principalmente pelos crescimentos dos salários da indústria (5,3% no trimestre e 6,3% no ano).

A massa de rendimento real habitual chegou a R$ 293 bilhões, valor recorde da série histórica, com altas de 2,7% ante o segundo trimestre deste ano e de 5% na comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Com informações de Agência Brasil.

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Camila Paim

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