Credit Suisse (C1SU34) salta 8% e se recupera na Bolsa de Zurique após rumores de falência

A ação do Credit Suisse (C1SU34) opera em forte alta nesta terça-feira (4), à medida que preocupações sobre sua saúde financeira diminuíram, após rumores circularem no fim de semana de que o banco suíço estaria enfrentando dificuldades e poderia quebrar.

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As ações do Credit Suisse sobem 8,8% na Bolsa de Zurique por volta das 15h (horário de Brasília), após abrirem o pregão subindo cerca de 4%. Os papéis estão cotados a 4.2880 francos suíços.

Os credit default swaps (CDS) – um tipo de seguro contra inadimplência – do Credit Suisse também diminuíram, após atingirem os maiores níveis do ano na semana passada.

O custo de proteger 10 mil euros em dívida do banco contra inadimplência caiu para 308 euros, ante 321 euros na segunda-feira, 3, segundo dados da S&P Global Market Intelligence.

Nos negócios de segunda-feira, a ação do Credit Suisse chegou a despencar 11% antes de se recuperar e fechar praticamente estável em Zurique.

Após os rumores do fim de semana, analistas ponderaram que o capital e liquidez do Credit Suisse são fortes o suficiente para contornar pressões de curto prazo. Muitos disseram, no entanto, que o segundo maior banco da Suíça deverá emitir mais ações para financiar uma reestruturação, que deverá ser anunciada com seu balanço trimestral, previsto para 27 de outubro.

O Credit Suisse entrou em contato com clientes e investidores para garantir que está em situação sólida. Na semana passada, o banco disse estar se mobilizando para vender ativos, como parte de sua nova estratégia de negócios.

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Credit Suisse é ‘grande demais para quebrar’, diz analista

Apesar dos rumores, ainda continua a ser improvável que o banco quebre, diz em nota Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote.

Segundo ela, as negociações elevadas de CDS do Credit Suisse, uma forma de seguro contra falência, significam que o mercado está precificando de modo agressivo um eventual default.

Isso é possível, mas a analista acredita que o banco é “grande demais para quebrar“, podendo ser alvo de uma oferta de compra ou o governo da Suíça poderia intervir para salvá-lo.

O Swissquote diz ainda que o banco pode ser fortalecido, por meio da revisão estratégica planejada para o fim de outubro pelo Credit Suisse

O Citi, por sua vez, afirma que nos níveis atuais o Credit pode ser uma opção de compra.

Para o banco americano, a liquidez do banco suíço é relativamente saudável. No curto prazo, contudo, o Credit Suisse lida com o aumento nos spreads de crédito, o que exacerba temores do mercado e torna seus custos de financiamento mais elevados.

Para o Citi, as atuais variações nos spreads são um problema maior nos custos de financiamento que as preocupações sobre a liquidez, no quadro atual.

Já o JPMorgan diz que as posições de liquidez e capital do Credit Suisse são “relativamente saudáveis”, caso avaliemos seus resultados do segundo trimestre. Mas o noticiário negativo sobre seu capital e sua liquidez e a forte queda do preço das ações podem fazer com que o banco adiante a divulgação de sua atualização no plano estratégico.

Os spreads do CDS do Credit Suisse, enquanto isso, aumentavam de modo significativo nos últimos dias.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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