Coronavírus: SP espera 220 mil casos e prepara pedido ao Banco Mundial

Segundo documentos do governo de São Paulo, são projetados 220 mil casos do novo coronavírus e a administração prepara um pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 535 milhões ) ao Banco Mundial. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A verba será destinada ao combate da pandemia de coronavírus no estado, com a instalação e custeio de pelo menos 500 novos leitos de UTI. Da mesma maneira, os recursos serão alocados para a compra de testes de diagnóstico e desenvolvimento de tecnologias de telemedicina para dispositivos móveis.

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A gestão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), espera ter os recursos disponibilizados em cerca de dois meses.

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Conforme projeções da Secretária de Saúde, serão necessários ao menos R$ 1,2 bilhões para enfrentar a pandemia. Dessa forma, o financiamento do Banco Mundial torna-se “muito significativo”, nas palavras do coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli.

O montante também poderá ser usado para ressarcir despesas já realizadas no combate ao novo coronavírus. O prazo para vencimento do empréstimo é de 35 anos, com a contrapartida de US$ 25 milhões. Desse modo, o projeto do governo será de US$ 125 milhões (cerca de R$ 668,75 milhões).

Coronavírus em São Paulo

O estado São Paulo é o epicentro da pandemia novo coronavírus no Brasil. Segundo balanço do último sábado (4), realizado pela Secretaria de Saúde,  a região tem 260 óbitos 4.466 casos.

“Quando escrevemos o projeto, há 10 dias, a projeção de que tínhamos era algo nessa ordem. Vamos precisar esperar, ver o efeito do isolamento em São Paulo. É uma expectativa positiva”, destacou Tardelli.

No projeto, a administração estadual projeta que 40 mil pacientes precisariam de leitos de internação no período da pandemia. Ao mesmo tempo, outros 11 mil apresentariam casos mais graves, com a necessidade de UTIs.

O estado dispõe de 15 mil leitos de UTIs públicos e privados, sendo 7,2 mil desses oferecidos pelo SUS. “Sabe-se que dos 3.600 leitos de UTI adulto disponíveis a população, a taxa de ocupação é de 85% a 90%. Com base nestas informações, estima-se que a ampliação de leitos de UTI é imprescindível para o enfrentamento da Covid-19” informou o governo de São Paulo, em carta-consulta, enviada ao Ministério da Economia na última segunda-feira (30).

Projeto de São Paulo

A gestão prevê no documento a instalação de 500 espaços de internação no estado. No entanto, Tardelli afirma que a Secretaria de Saúde trabalha para a ampliação para até 1500 leitos. O projeto avalia a compra de um respirador para cada leito, além de outros equipamentos para tratamento intensivo. Também será preparado o treinamento paro o volume de 2 mil profissionais da rede pública de saúde de prevenção de infecções.

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Em um segundo momento, o programa prevê o investimento em tecnologia para produção de vacinas e desenvolvimento de ferramentas de “Big Data”, prontuário eletrônico e de telemedicina.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou o uso da telemedicina apenas durante a pandemia do novo coronavírus. Entretanto, Tardelli avalia que a tecnologia permanecerá após a crise. “Pensamos também em aumentar essas ferramentas de comunicação com o público. Aplicativos de celulares podem ficar em uso no futuro, servindo para pessoas com doenças crônicas, entre outras”, afirmou.

Arthur Guimarães

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