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Copom fecha porta para quedas da Selic; bancos veem viés altista

O comunicado divulgado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sinaliza que a instituição fechou as portas para novas quedas da Selic, abrindo caminho para a retirada do “forward guidance” (indicação) de juros baixos por período prolongado.

 

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O documento trouxe duas mudanças importantes em relação ao comunicado anterior.

  • O Copom removeu o trecho que mencionava a possibilidade de novos cortes nos juros.
  • E incluiu um parágrafo sobre a possibilidade de retirada do “forward guidance”.

As diferenças foram destacadas hoje pelos bancos, por meio de relatórios. O BTG Pactual (BPAC11) destacou que a possível exclusão do forward guidance nas próximas reuniões dá maior  liberdade ao Banco Central (BC).

“Ou seja, aos poucos, o BC fica menos exposto no período entre as reuniões do Copom para agir conforme o momento convir”, cita a nota.

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Diante desse visão, o banco espera elevação de taxa Selic para 3,75% ao final de 2021.

Depois do comunicado de ontem, o UBS mudou sua projeção para a Selic. Antes, o banco acreditava que a alta dos juros teria início em agosto do ano que vem, terminando 2021 em 3,75%.

Agora, a alta dos juros está prevista para começar em meados de junho, terminando o ano que vem em 4%, de acordo com o UBS.

Itaú diz que viés da Selic é “claramente altista”

Já o Itaú Unibanco (ITUB4) declarou que o comunicado do Copom “tem elementos de viés claramente altista para a taxa básica de juros”.

O Itaú destacou que os membros do BC não se referem mais a cortes adicionais, indicando que condições para abandonar o “forward guidance” de juros baixos por período prolongado podem estar presentes na primeira reunião de 2021.

O encontro ocorrerá nos dias 19 e 20 de janeiro. Além disso, o Itaú destacou que o Copom mostra projeções para a inflação no ano que vem, no cenário base, em 3,4%, contra 3,1% anteriormente.

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“O cenário de alta da taxa Selic em 2021 tornou-se mais plausível, e a elevação dos juros antes dos últimos meses do ano não pode mais ser descartada”, avalia o economista-chefe Mario Mesquita.

Pecuperação do PIB será determinante para Copom

De acordo com o BTG, a alta dos juros vai depender do potencial de recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2021.

Além disso, o banco citou a manutenção das expectativas de inflação em torno do centro da meta e, a continuidade do governo e do Congresso na agenda de ajuste fiscal ao longo do próximo ano.

No caso do “forward guidance”, o banco avalia que o Copom condiciona a retirada deste instrumento com a convergência da inflação para fim de 2021 e 2022 com as expectativas atuais de retorno do IPCA ao centro da meta (3,75%).

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Natalia Gómez

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