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Como funciona o sistema de emissão de créditos de carbono

Brasil é promessa em créditos de carbono

Brasil é promessa em créditos de carbono

Atualmente a pauta do meio ambiente e das mudanças climáticas vem sendo discutida pelo mundo, inclusive pelas grandes corporações, que vêm se pronunciando e tomando medidas para mitigar os efeitos causados pela poluição. Diante disso, há uma busca por soluções de mercado que ajudem a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, como no caso dos Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissão (RCE).

Os chamados créditos de carbono são cotas de emissão de gases do efeito estufa que são compradas e vendidas por empresas e governos, ou seja, o direito de emitir novos gases é precificado e pode ser comercializado.

Quando uma empresa não consegue manter suas emissões de gases dentro dos níveis determinados, é possível comprar créditos de carbono de outra companhia que teve suas emissões abaixo do limite permitido.

O mecanismo, que surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, definindo metas de redução de emissão de gases em 1997, previa que as empresas seriam incentivadas a reduzir suas emissões ou investir em projetos que rendam créditos de carbono, sob o argumento de que comprar estes créditos significaria um custo extra às companhias.

Alguns exemplos de ações que dão direito ao Crédito de carbono são:

Cada unidade de crédito de carbono corresponde a uma tonelada de gás carbônico (CO2) que deixou de ser emitida. Quando há redução de outros tipos de gases, é feita uma conversão considerando a quantidade desse gás que seria equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono.

Além disso, os gases que dão direito à Redução Certificada de Emissão são:

Comercialização dos créditos de carbono 

De acordo com a Point Carbon, responsável por analisar e divulgar informações a respeito do mercado de carbono,  no ano de 2007 esse mercado atingiu a marca de 40 bilhões de euros.

O comércio desses créditos são feitos segundo a modalidade referente ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Caso a comercialização seja unilateral, o país hospedeiro é quem estabelece valores, caso seja bilateral, o país desenvolvido que implementa o projeto em um país em desenvolvimento, que estabelece valores e as regras em relação à comercialização.

Enquanto no caso da comercialização ser multilateral, quem estabelece valores são os próprios fundos de investimentos.

No caso do Brasil, o comércio de créditos de carbono é feito pela Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F) através de leilões. Ao passo que as principais bolsas de créditos de carbono no mundo são:

Empresas brasileiras

A Natura (NTCO3) é uma das principais companhias brasileiras a ter aderido a causa. Entre 2007 a 2018, a empresa compensou 3,6 milhões de toneladas de gases, gerando R$ 1,6 bilhão. Em 2019, investiu R$ 33,5 milhões nas comunidades impactadas, incluindo 38 projetos que geraram créditos de carbono.

No setor do petróleo, a subsidiária da Shell no Brasil criou uma área para calcular “créditos de carbono” em ações de compensação. Enquanto na indústria do cimento, a busca é por combustíveis alternativos, informou o coordenador de Sustentabilidade da Votorantim Cimentos, Fábio Cirilo ao jornal “O Estados de S. Paulo”.

Por isso, a empresa, que possui fábricas em 11 países, investe no uso de resíduos sólidos. No Brasil, 29% do combustível vêm de fontes alternativas. Segundo Cirilo, a companhia já inclui nas avaliações de projetos de investimento cálculos internos sobre o custo de emissões.

Além disso, em 2017 foi lançado o programa “Compromisso com o Clima”, com apoio da Natura e do Itaú Unibanco (ITUB4), em parceria com o Instituto Ekos Brasil.

O programa une, na Plataforma Ekos Social, empresas interessadas em comprar créditos de carbono para neutralizar suas emissões, e projetos socioambientais que geram esses créditos de forma certificada, pela redução da poluição ou pela captura de gases, como ocorre com o plantio de árvores.

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