A expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central, no final deste ano ou começo do próximo, acende o alerta positivo para as small caps — empresas de menor valor de mercado, geralmente mais sensíveis ao cenário doméstico.
Juros menores significam custo de capital mais baixo, maior acesso a crédito e estímulo ao consumo, criando um ambiente favorável para expansão e aumento de lucratividade desse segmento de empresas.
Segundo a Investo, isso pode se traduzir em valorização das ações e, consequentemente, dos ETFs que replicam esse segmento. “Para as small caps, esse ambiente é particularmente favorável, podendo levar a um aumento da lucratividade e, consequentemente, a uma valorização das ações”, diz a gestora.
Apesar do potencial de retorno, as small caps também carregam maior volatilidade. Por isso, especialistas reforçam que a exposição deve estar alinhada ao perfil de risco do investidor e ao horizonte de longo prazo. “O ideal é construir uma posição estrutural e manter uma alocação consistente, evitando decisões baseadas apenas em movimentos conjunturais”, afirma a Danilo Moreno, especialista de ETFs da Investo.
Nesse contexto, ETFs como o SCVB11 oferecem exposição diversificada ao segmento brasileiro, com baixo custo e sem a necessidade de rebalanceamento frequente, pontua a Moreno. “Já no exterior, produtos como o SVAL11 permitem investir em small caps americanas “baratas” em relação aos fundamentos, uma estratégia historicamente associada a retornos acima da média”, avalia o especialista.
Small Caps pode ser também uma ‘aposta’ internacionalizada
Para a Investo, diversificar internacionalmente é não só viável, mas recomendável. “Permite acessar empresas e setores inexistentes ou pouco desenvolvidos no Brasil, além de reduzir a dependência da economia local e oferecer exposição a diferentes ciclos econômicos e inovações”, explica Moreno.
Por sua vez, Flávio Vegas, especialista de produtos da Global X ETFs, lembra que uma das formas mais conhecidas de investir em small caps americanas é via índice Russell 2000, composto por 2.000 empresas de pequena capitalização. Na B3, a gestora disponibiliza o RSSL39, que replica o desempenho do índice.
“Por se tratar do mercado americano, que é o maior mercado do mundo e é onde as empresas mais lucrativas e eficiente estão listadas, faz todo sentido ter exposição a esse tipo de empresas. São empresas que muitas vezes tem uma receita global, bastante diversificada e que podem se beneficiar diretamente da queda de juros nos EUA”, comenta Flávio Vegas, especialista de produtos.
No cenário doméstico, a Global X ETFs reforça que as empresas small caps, geralmente oferecem ao investidor um potencial de retorno muito alto, porém é importante lembrar que isso vem associado a um risco maior. Pode ser uma boa estratégia de alocação caso o investidor acredite em um cenário de queda de juros
Alta em 2025 e lições para a carteira
A Itaú Asset ressalta que 2025 trouxe uma recuperação expressiva do segmento. Enquanto o índice de small caps da B3 acumula alta de 21,09%, o ETF SMAC11 avança 21,50%, beneficiado ainda pelo rendimento obtido com aluguel de ações.
A instituição recomenda que, na alocação internacional, investidores considerem a estratégia core & satellite: ETFs amplos e diversificados — como SPXI e SPXR, que replicam o S&P 500 — formam o núcleo.
“Quando o investidor já tiver sua carteira “core” pronta, a partir dessa base sólida o investidor deve considerar ativos satélites, como small caps nos EUA ou ETFs setorias ou temáticos”, diz Valdívio Neto, portfólio manager da Itaú Asset.
“Para buscar retornos adicionais quando estiver mais confiante no ciclo da bolsa americana. Essa abordagem mantém o equilíbrio entre potencial de valorização e resiliência da carteira”, acrescenta.
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