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Commodities: incertezas geopolíticas elevarão a volatilidade em 2023, diz XP

Petróleo fecha após dia de forte alta com a guerra Israel-Hamas. Foto: Daniel Nebreda/Pixabay

Petróleo. Foto: Daniel Nebreda/Pixabay

Os investimentos em commodities devem seguir em volatilidade no próximo ano, avaliam os analistas da XP Investimentos. Isso porque as condições monetárias globais seguirão afetadas por incertezas geopolíticas.

O relatório diz que as principais razões para as oscilações no valor de ações em commodities são:  

“Neste cenário, a liquidez para ativos de risco é reduzida, o que pesa sobre os mercados de commodities”, pontuam os analistas da XP Investimentos.

Para elaborar o documento, eles consideraram também a performance das commodities neste último mês. Confira abaixo a avaliação da casa:

Petróleo: China e EUA devem elevar demanda, mas política interna pode atrapalhar

O preço das ações do petróleo deve seguir oscilando. Por um lado, a China está flexibilizando suas restrições no combate à Covid-19, e os analistas esperam um “boom de consumo e aumento de mobilidade”. 

Além disso, nos EUA os estoques estratégicos dessa commodity estão em níveis historicamente baixos, o que poderá impactar na demanda. Já a União Europeia anunciou um teto para o preço do petróleo russo (US$ 60 por barril), na tentativa de preservar o embargo imposto após a guerra da Ucrânia.

“Continuamos acreditando em um problema estrutural que não deve ser resolvido tão cedo, não dando espaço para queda de preços no curto prazo. Incertezas geopolíticas elevam a volatilidade dos preços de petróleo”, explicam.

Por outro lado, no Brasil ainda há muitas incertezas em relação aos preços que serão praticados pela Petrobras (PETR4) a partir de 2023 — seja em função da Lei das Estatais ou pela possível volta de tributos federais sobre combustíveis.

Gás natural: preços podem ficar acima da média no longo prazo

Com a guerra na Ucrânia e o embargo na Rússia, a Europa viu-se em risco de passar por um desabastecimento total de gás natural. Embora tenha controlado a situação com a formação de estoques dessa commodity, existem indefinições sobre o ano que vem.

Houve redução no consumo residencial entre os europeus e até mesmo a demanda asiática caiu. 

“Por isso, esperamos preços reduzidos no curto prazo com a demanda mais baixa, porém acima da média dos preços anteriores à guerra no médio e longo prazo”, pontuam.

Minério de ferro e aço: China poderá trazer impactos positivos

Segundo o relatório, no último mês o minério de ferro subiu quase 30% — trazendo apreensão ao mercado no curto prazo. Apesar disso, a redução das restrições à mobilidade e reabertura da China poderão gerar impactos positivos.

Os analistas também apontam que a construção civil e a produção industrial chinesa poderão elevar a demanda dessas commodities.

“[Isso] deve sustentar preços elevados de minério de ferro. Também contribuem para isto os custos mais altos de produção”, afirmam.

Alumínio: sanções à Rússia podem elevar preços

Os altos preços de energia pressionam os custos do alumínio, o que acaba dando suporte aos preços mais altos da commodity. Ainda que a China tenha aumentado a sua produção, o alto custo deverá frear o país, diz a XP.

“A oferta não se ajustou e o preço caiu: cerca de 35% das refinarias estão operando com custos acima dos preços internacionais.”

No campo geopolítico, a possível imposição de sanções ao alumínio russo pode elevar os preços. Dessa forma, os analistas acreditam que o alto custo suporte níveis mais elevados de preços para essa commodity.

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