Com Inflação persistente, Copom deve aumentar a taxa Selic para 14,75%, diz AZ Quest

Em análise das expectativas para a próxima reunião do (Comitê de Política Monetária) Copom, marcada para a próxima terça-feira (6) e quarta-feira (7), Lucas Barbosa, economista-chefe da AZ Quest, destaca que sua “expectativa é de uma alta de 0,50%, de 14,25% para 14,75% da taxa Selic“. Essa previsão é fundamentada na evolução dos indicadores econômicos nos últimos 45 dias e no guidance emitido pelo Copom na reunião anterior, que indicou uma nova alta, mas em menor magnitude.

Barbosa observa que, apesar da volatilidade dos mercados, resultado do recente anúncio de tarifas pelo governo americano, “a evolução dos indicadores ainda se mostra um cenário bastante desafiador pro Copom, principalmente no que tange à inflação corrente”. 

O economista também antecipa que “a expectativa para a reunião de junho é de uma alta de 25 pontos, em função do cenário inflacionário“, ressaltando que a decisão final dependerá da evolução dos dados econômicos nos próximos dias. 

Ou seja, até o meio do ano, a taxa Selic pode chegar a 15% ao ano. O especialista comenta que é fundamental acompanhar a dinâmica dos mercados de commodities e a desvalorização do dólar americano, que têm contribuído para as projeções do Banco Central.

Com inflação ainda fora da meta, a Selic pode alcançar 15% em junho

Na atividade econômica nacional, com o IPCA apresentando uma taxa anual de 5,5%, as expectativas de inflação seguem altas, com previsão de 5,40% para o final de 2025, e que a inflação só deverá entrar na banda superior da meta de 4,5% em 2026.

O economista também enfatiza a resiliência da atividade econômica no Brasil, que demonstrou sinais de aceleração no primeiro trimestre, contrariando expectativas anteriores de desaceleração. “Toda parte da atividade doméstica que parecia que ia desacelerar voltou a acelerar”, destacou Barbosa, referindo-se, inclusive, ao impacto positivo de uma safra agrícola robusta.

No entanto, ele adverte que a manutenção de um cenário adverso para a inflação exige cautela. “O Banco Central deve chegar à reunião com um cenário ainda desafiador”, afirmou, sublinhando a importância de um compromisso firme no combate à inflação doméstica, mesmo diante dos riscos de uma desaceleração econômica global.

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Gustavo Bianch

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