Rodrigo Amato

Como a tecnologia tem transformado o mercado de capitais 

Blockchain, uso de Inteligência Artificial e de Big Data têm pautado os últimos movimentos da indústria de capitais, ampliando, inclusive, a gama de serviços e produtos, democratizando a informação e melhorando o desempenho financeiro

O mercado de capitais do Brasil, importante segmento da economia dedicado à distribuição de valores mobiliários, tem sido certeiro em uma das suas apostas: o investimento em tecnologias, tornando-o mais eficiente e acessível aos investidores. Um mercado em rápida e constante transformação exige que a digitalização não esteja apenas no radar, e sim no dia a dia das fintechs.

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São muitas as possibilidades de tecnologias a serem utilizadas, com destaque para blockchain, uso de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) e de Big Data. Em transações blockchain, que permitem operações financeiras mais rápidas e transparentes, a grande sacada é que são utilizados contratos inteligentes, nos quais é possível mitigar a necessidade de intermediários e automatizar processos, o que torna o mercado mais eficiente e bem menos suscetível a fraudes, por exemplo.

Já na AI entra em cena a ampla análise de dados, previsão de tendências, entre outros. Com o aumento do fluxo de dados no mercado de capitais, o Big Data também mostra que veio para ficar, a partir do momento que se tornou fundamental para análise e interpretação desses dados. Esse tipo de avaliação permite, por exemplo, processar e avaliar grandes volumes de dados, tudo em tempo real, o que dá aos investidores identificar oportunidades e riscos, de forma mais segura e eficiente.

Na Laqus, o uso da tecnologia é pauta constante, porque temos o entendimento de que a intensificação pode democratizar o acesso ao mercado de capitais. Com a redução de custos e a melhora da qualidade das informações, o que se tem é um aumento da participação de pequenos investidores no mercado. Nesse sentido, nossa mais recente ferramenta de acesso e democratização é a Laqus Search, uma plataforma completa e atualizada dos principais ativos regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como notas comerciais, ações e debêntures.

A tecnologia é inspirada no modelo de busca do Google, apimentada com inteligência artificial, que aprende com as perguntas dos usuários, o que permitirá trazer ainda mais informações, sempre voltada ao mercado de capitais. As informações são atualizadas em tempo real, de forma automatizada, com base nas divulgações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Estudo da Capco, consultoria global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros, identificou as principais tendências sobre como a digitalização pode contribuir para que empresas do mercado de capitais gerem mais valor. Entre elas, destaco duas:

  • 1) Democratização do desenvolvimento dos sistemas com a participação das áreas de negócios, operações, parceiros e fornecedores, além da Tecnologia da Informação (TI), com base em plataformas low code. Assim, a digitalização deixa de ser algo apenas de uma área das empresas, e sim ao negócio como um todo;
  • 2) Orquestração digital, ou seja, gerenciar bem as mudanças e projetos em termos de planejamento, operação e investimentos. Isso permitirá obter resultados mais alinhados com as necessidades do negócio com um ROI reduzido.

Entendo que um mercado de capitais mais tecnológico, além de facilitar a vida de quem o faz e democratizá-lo, também reduz barreiras geográficas, permitindo uma maior participação de investidores internacionais, promovendo uma maior integração entre as economias do planeta. Tecnologia, quando bem utilizada, só traz vantagens, e todo mundo ganha.

(*) Fundador e CEO da Laqus, empresa de tecnologia com ampla experiência em assuntos
relacionados à tesouraria e gestão de risco. Em junho de 2021, obteve a homologação junto
à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar como Central Depositária de Valores
Mobiliários, sendo a única companhia além da B3 autorizada a operar neste mercado.

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Nota

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Rodrigo Amato
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