Rafael Rios

Economia compartilhada está mudando a forma como nos relacionamos e investimos

A forma como nos locomovemos, investimos, moramos, viajamos, nos relacionamos – tudo tem mudado de forma permanente, mas nem por isso definitiva

Tenho acompanhado de perto como setores tradicionais da economia, do mercado financeiro à indústria do turismo, vêm sendo profundamente impactados pelo avanço da economia compartilhada e da tecnologia.

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A forma como nos locomovemos, investimos, moramos, viajamos, nos relacionamos – tudo tem mudado de forma permanente, mas nem por isso definitiva. Aplicativos como Uber (U1BE34), Airbnb (AIRB34), Buser, DogHero, entre tantos outros, estão se tornando onipresentes em nossas vidas, e está mais do que na hora de nos perguntamos: como ter acesso a esse mercado explosivo de empresas disruptivas e tecnológicas?

Sem dúvida, muitas dessas empresas que ainda estão em estágios incipientes de desenvolvimento precisam do mercado de capitais para ganhar escala e aumentar seus negócios. E também tenho percebido que o interesse dos investidores em diversificar suas carteiras com startups é cada vez maior, apesar dos riscos correspondentes ao seu potencial incrível de valorização.

Escrevi recentemente um artigo sobre as mudanças que as startups da economia compartilhada têm promovido no mercado imobiliário, ao permitir que mais pessoas tenham acesso à moradia de qualidade nos bairros mais centrais dos nossos maiores centros urbanos, que oferecem boa infraestrutura de transportes, serviços e segurança.

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Refiro-me especialmente ao conceito de coliving, ou moradia compartilhada, em que um grupo de pessoas – geralmente da mesma faixa etária e com interesses comuns – dividem imóveis totalmente reformados e mobiliados em regiões de alta demanda por moradia, pagando preços muito mais acessíveis do que se tivessem que alugar uma propriedade por conta própria.

Tudo isso é viabilizado por meio de sites e aplicativos de startups que começam a chamar a atenção do mercado e atrair volumes impressionantes de recursos de fundos de venture capital, caso recente da Yuca, empresa fundada por jovens brasileiros visionários e que recebeu um aporte de US$10 milhões em uma rodada de Series A liderada pelo Monashees, que também investe em empresas como 99, Rappi e Loggi.

O fato é que essas oportunidades de investimento sempre estiveram muito longe de investidores comuns como eu e você, já que as regras do mercado de capitais brasileiro só permitem aportes desse tipo por parte de profissionais e investidores qualificados, em razão das suas características de liquidez e risco.

No entanto, o investimento direto em empresas que estão em fase de expansão ficou mais perto do pequeno investidor com a regulamentação do crowdfunding, modalidade de investimento coletivo em que um grupo de pessoas se une para colocar de pé projetos do seu interesse, seja através da oferta de crédito ou até mesmo se tornando sócias dos empreendimentos e, com isso, passam a participar dos seus resultados.

Crowdfunding já cresceu mais de 10 vezes no Brasil desde 2017

Desde 2017, quando a regulamentação entrou em vigor, o crowdfunding já cresceu mais de 10 vezes no Brasil, concretizando projetos de alto impacto na economia real, desde o agronegócio até a energia renovável. E empresas de tecnologia também podem acessar o mercado de capitais por meio do crowdfunding, desde que seu faturamento anual não ultrapasse R$ 10 milhões.

Com isso, em um mercado totalmente regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), qualquer investidor pode, sim, investir diretamente no crescimento de startups e ajudar a impulsionar o ecossistema de inovação brasileiro, que é o mais robusto e dinâmico da América Latina.

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Dados de um relatório divulgado pela Sling Hub Latam mostram que o número de aquisições de startups brasileiras deve seguir batendo recordes nos próximos, inclusive com a participação de players do alto calibre, como Magazine Luiza (MGLU3), Linx (LINX3), Locaweb (LWSA3), B2W Digital — hoje Americanas (AMER3) — , entre vários outros, cujas aquisições vêm ganhando as manchetes e mostrando quão aquecido está o mercado de tecnologia em nosso país.

Como afirmei, o investidor comum também pode ter acesso a esse mercado, através de plataformas de crowdfunding autorizadas pela CVM, que estão realizando um trabalho primoroso de originação e estruturação das melhores ofertas do mercado, tudo para que qualquer pessoa invista no promissor mercado de startups brasileiras e possa também ajudar a torná-las em “unicórnios”, como se diz no jargão de venture capital.

Não deixe de acompanhar esse mercado em franca expansão e, sempre que possível, estude as vantagens de diversificar sua carteira com investimentos diretos na economia real com o crowdfunding, ferramenta importantíssima para acesso de novas empresas ao mercado de capitais.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Rafael Rios
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