Pedro Signorelli

Venture debt está em crescimento nas startups: será uma boa escolha?

Em função do cenário avesso a risco, os fundos têm visto com melhor olhos esta forma de remunerar o capital: a venture debt, conhecida como dívida de risco. Entenda mais

As startups têm buscado outras formas de conseguir capital para rodar a operação. Em função do cenário avesso a risco, os fundos têm visto com melhor olhos esta forma de remunerar o capital: a venture debt, conhecida como dívida de risco, que funciona como um financiamento, um empréstimo e permite que as empresas em estágios iniciais façam suas operações escalarem.

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Segundo um levantamento realizado pela Distrito, plataforma que conecta soluções para startups, no primeiro trimestre de 2023, cerca de US$ 317 milhões foram desembolsados para essa modalidade, sendo o maior volume da história.

Neste modelo, o investidor não tem gerenciamento sobre o negócio, afinal, ele não é um acionista. Na venture debt, o investidor é, na verdade, credor. É como se fosse cartão de crédito: pague em dia a taxa que foi combinada e está tudo certo. O criador, ou criadores da startup, mantém o controle do negócio tal como antes do acordo. Há um outro modelo, que gera confusão pela semelhança do nome, o venture capital, que é quando o investidor compra ações do negócio, ou seja, ele tem participação acionária.

Diante disso, é fácil perceber que o venture debt impõe um controle ainda maior na forma de gerir o negócio, pois existe uma dívida nova e um prazo para quitá-la. Claro que no recebimento do aporte tradicional também é necessário gerir o negócio com controle financeiro, até para garantir a sobrevivência e o crescimento dele. O fato é que não há milagre: é preciso ter o controle das operações e atenção aos sinais do mercado.

Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) – podem ajudar neste cenário, visto que têm suas premissas: ajustes em ciclos mais curtos. Assim, se a opção for se aventurar no venture debt, é possível alinhar o negócio, visando sua saúde financeira com o que já está em caixa; envolvimento de todo o time, com o conhecimento da tarefa que cada um desempenha dentro do negócio, e qual a finalidade dessa tarefa.

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Isso resulta em um envolvimento maior e em uma contribuição melhor de cada um dentro do todo. Aumentando a probabilidade de êxito na execução do plano estratégico e consequentemente, o alcance do resultado esperado, que é quem vai gerar dinheiro para pagar o empréstimo contratado.

Com os OKRs bem aplicados, é possível acreditar no sucesso do negócio, ainda que com dificuldades a superar. Porém, é preciso entender que não basta usar uma tabela de excel e acreditar que tudo correrá bem, é preciso disciplina de acompanhamento e saber definir muito mais do que tarefas a serem cumpridas, e sim resultados a serem alcançados no curto prazo.

É preciso definir muito claramente onde os esforços estão sendo empregados e, por fim, se estão obtendo os resultados esperados. Caso contrário, é necessária uma correção de rota. Respondendo a pergunta do título: com um bom gerenciamento, o venture debt pode sim ser uma boa escolha para o crescimento das startups.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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