Gian Kojikovski

Não adianta lutar contra o progresso das indústrias

Sempre a geração mais velha é a que acaba se adaptando às mudanças, e não o contrário

A atitude mais comum de uma geração que passa dos 30 anos é começar a encontrar defeito nos adolescentes da geração posterior. Os motivos são os mais variados, mas todos passam pela diferença de comportamento em relação a pequenas atitudes do dia a dia. É um tal de geração X reclamar da Y, que reclama da Z… uma sopa de letras que é até difícil de entender. Não cabe aqui entrar no mérito dos julgamentos de um grupo sobre o outro – é uma coluna sobre o mercado, afinal -, mas existe uma grande lição a ser aprendida a partir disso: é sempre a geração mais velha que acaba se adaptando às mudanças, e não o contrário.

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Pense por dois minutos: as tendências sempre são apontadas pelos jovens. Quem começou a utilizar smartphone como algo além de um telefone? Quem começou a usar o Facebook? O Instagram? O TikTok? Isso não para nas tecnologias. Tatuagens? Roupas? Quem demanda mudanças no ambiente de trabalho? Na fabricação dos produtos que consome? Na postura das empresas frente a diversos temas? Sempre os jovens.

Multinacionais, principalmente de produtos de consumo, investem centenas de milhões de dólares por ano em pesquisas para entender a cabeça dos early adopters dentro dos trendsetters (com o perdão pelo estrangeirismo) – ou seja, para descobrir o que pensam os poucos jovens que têm poder de influenciar pequenos grupos que espalham tendências. Sabe aquela marca de cerveja, de roupas, de refrigerante ou de goma de mascar que de uma hora para outra passou por uma mudança enorme tanto na identidade visual como na postura perante diferentes assuntos? Isso não saiu da cabeça de um diretor ou de uma vice-presidente de marketing. É uma adaptação ao que a próxima geração está esperando encontrar para consumir esses produtos.

(Meme que só quem é cringe vai entender)
(Meme que só quem é cringe vai entender)

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O conjunto entre os bilhões de dólares investidos em publicidade por essas companhias ao redor do mundo e a força influenciadora do comportamento jovem torna qualquer assunto uma pauta contemporânea. A partir daí, o tema se torna algo onipresente na imprensa e nas rodas de conversa e passa a moldar atitudes. É uma roda que se retroalimenta e que muda completamente a cada par de décadas. Entender isso pode ser importante para entender negócios e estratégias de longo prazo.

Por mais que as gerações mais velhas não gostem, nada para as mudanças comportamentais. Mesmo que elas causem atritos e polêmicas, não adianta espernear. Charles Darwin ensinou que a sobrevivência não depende de ser o mais rápido, o mais forte ou o mais teimoso, mas de se adaptar melhor. No mundo dos negócios, também é assim.

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Nota

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Gian Kojikovski

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