Cristiane Quartaroli

Brasil em sua essência

Diante da pressão inflacionária, resta ao BC tentar conter esse avanço com a alta dos juros

O quadro de recuperação econômica brasileira ainda é bastante incerto, é fato. Claro que vamos ter uma recuperação neste ano, afinal, o tombo foi grande no ano passado por conta do período mais crítico da pandemia.

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Contudo, alguns setores levarão um tempo maior para se recuperarem, não tem jeito. Como é o caso do setor de serviços, que foi um dos que mais sofreu em 2020. O efeito disso, já está sendo visto nas projeções do mercado para o próximo ano.

De acordo com o relatório Focus do Banco Central, no início do ano o mercado projetava um crescimento de 2,5% para 2022, já a última leitura mostrou uma queda nessa projeção, para 2,0%.

Adicionalmente, há uma preocupação crescente com as novas variantes do coronavírus e possíveis impactos nas economias. Então, é possível que a recuperação das economias seja ainda lenta por conta disso e não deve ser diferente por aqui no Brasil.

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Com o agravante de termos um cenário político bastante nebuloso, com um processo de CPI que acaba afetando a confiança dos empresários e, consequentemente, impacta na decisão de investimento das empresas. Sem investimentos, o crescimento acaba sendo menor e não decola.

Como resultado disso, o Governo aposta em medidas fiscais para evitar uma crise ainda maior. Então, agora entra em discussão o novo programa social, o Auxílio Brasil, que irá substituir o Bolsa família, mas com um valor maior.

E, veja caro leitor, não estou dizendo que as medidas são ruins ou erradas, afinal, grande parte da população necessita sim deste auxílio.

Contudo, caso o aumento no valor do auxílio se confirme, nossas contas ficais já tão prejudicadas, podem ficar em situação ainda mais grave, sem falar no possível impacto disso na inflação!!!

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Pois é, o fantasma da inflação não para de assombrar e o quadro é de piora. O IPCA já acumula alta de mais de 9% nos últimos 12 meses, muito por conta do avanço do dólar e consequente aumento em preços de produtos industrializados.

Mais recentemente, com a recuperação da economia no segundo trimestre deste ano, também começamos a ver um aumento nos preços dos serviços, ou seja, é pressão inflacionária por todos os lados.

Então, resta ao Banco Central tentar conter esse avanço com a alta dos juros, a Selic já está em 5,25% e vai subir mais. É o Brasil em sua essência, com baixo crescimento, política fiscal expansionista, inflação e juros em ascensão.

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno

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Nota

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Cristiane Quartaroli

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