Carolina Cabral

Impactos do ESG nas práticas de Supply Chain

No futuro, acredito que a cadeia de suprimentos no Brasil será moldada por sustentabilidade, adaptação (já que o cenário global está em constante mudança) e, claro, tecnologia

Não é de hoje que a sustentabilidade ocupa as agendas dos tomadores de decisão nas grandes empresas. Segundo um levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), seis em cada dez companhias têm uma área ou departamento dedicado ao tema; o número quase dobrou em relação a 2021, quando 34% das indústrias no país afirmaram ter essa preocupação.

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Esse cenário leva a mudanças importantes na forma como a cadeia de suprimentos é gerenciada e operada no país. Desde que a onda ESG inundou o universo corporativo, busca-se o equilíbrio entre a atuação das empresas, o meio ambiente, a sociedade e as comunidades – motivados pelas novas necessidades e pelo anseio dos consumidores contemporâneos.

Ao buscar eficiência operacional, as empresas reduzem custos, diminuem desperdícios e melhoram sua produtividade. Elas estão conscientes da necessidade de reduzir seus impactos ambientais, como a emissão de gases estufa, além do consumo excessivo de água e geração de resíduos.

Outro ponto que está totalmente relacionado à Sustentabilidade é a responsabilidade social. A garantia de boas condições de trabalho, o respeito aos direitos humanos, a igualdade de gênero e a inclusão dos grupos minoritários são mandatórias, tal qual o ar que se respira no ambiente de trabalho.

Para se ter uma ideia da importância desses pontos, um estudo chamado “Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e tendências para 2023”, feito pela startup Blend Edu, mostrou que 81% têm um orçamento dedicado apenas a ações de diversidade e inclusão. Ao todo, foram ouvidas 117 empresas brasileiras.

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Sabemos que a conscientização ocorre aos poucos, mas ela não para de avançar. Geralmente, ela chega por consequência da responsabilidade corporativa nas exigências regulatórias, na busca constante da inovação e diferenciação competitiva. Sem falar, é claro, na proteção da imagem da marca e na pressão dos consumidores. À medida que as empresas reconhecem a importância de agir de forma sustentável para proteger o meio ambiente e atender as expectativas de seu público comprador, cumprir regulamentações e obter vantagens competitivas, é possível impulsionar grandes mudanças.

No meu ponto de vista, os consumidores estão no centro de tudo isso. São eles que buscam produtos e serviços produzidos de forma sustentável; eles querem sentir que estão no comando para fazer a diferença em tornar o mundo um lugar melhor. Isso faz com que as empresas priorizem o tema e tracem suas estratégias com a mentalidade mais aberta e voltada para o ESG.

Sem dúvida, o fator “consumidor”, atrelado à conformidade com as regulamentações, à confiança da marca e ao acesso a investimentos, incentiva as empresas a melhorarem suas práticas sociais e promoverem uma cadeia de suprimentos mais justa e inclusiva, impactando diretamente nas questões sociais.

Outro ponto, como já era de se esperar, é a adoção de tecnologias como IoT, IA e automação. A digitalização dá suporte a tarefas manuais, diminuindo o consumo de recursos naturais e minimizando o ritmo de desenvolvimento das organizações. Por meio delas, as empresas vão atingir maior eficiência, visibilidade da cadeia de suprimentos e ainda terão tomadas de decisões mais assertivas.

No futuro, acredito que a cadeia de suprimentos no Brasil será moldada por sustentabilidade, adaptação (já que o cenário global está em constante mudança) e claro, tecnologia. Ela é e continuará sendo a base para que a cadeia de suprimentos seja cada vez mais sustentável.

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Nota

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Carolina Cabral

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