Cogna (COGN3) não explica como irá desalavancar e frustra, diz BTG

Após presenciar ontem (14) o evento da Cogna (CONG3) realizado para investidores e analistas, o BTG Pactual (BPAC11) afirmou em relatório divulgado hoje que a companhia frustrou ao não conseguiu explicar como pretende reduzir sua alavancagem e, por isso, o banco se manteve neutro em relação à recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 5,40 por ação e o ADR a US$ 1,07.

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O Goldman Sachs, que como o BTG Pactual também divulgou relatório sobre a apresentação da companhia, afirmou esperar resultados fracos para o quarto trimestre.

Apesar de ter lançado luz sobre a oportunidade de crescimento das plataformas digitais e detalhar sua estratégia de longo prazo para o setor de graduação, a companhia deixou de explicar como diminuirá sua atual dívida líquida, segundo o BTG Pactual. Ssgundo os analistas do banco, quase três vezes superior ao Ebitda (lucros antes de juros, impostos e amortização).

Para o BTG Pactual, muitos investidores esperavam escutar planos de venda de controladas por parte da companhia buscando a desalavancagem, o que não aconteceu. O setor de graduação ainda parece, para muitos, desafiador.

A projeção de crescimento do Ebitda recorrente para este ano e para 2024 feita pela Cogna, entretanto, está em linha com o esperado pelos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim.

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A companhia espera queda na receita no próximo ano. A estratégia seria mirar no crescimento do Ebitda, diminuindo despesas com os campus presenciais da Krotun (que chegam a R$ 200 milhões), expandindo o ensino à distância e melhorando a experiência dos estudantes.

Corte de custos da Cogna não diminui alavancagem financeira

Para diminuir os custos com o braço presencial da Kroton, a Cogna promete:

  • Otimizar o portfólio de cursos, com direito, engenharia e áreas da saúde totalizando 74% em 2025, contra 68% em 2020).
  • Dos 176 campus, fundir 16, terceirizar outros 29 e revisar contratos de 124, diminuindo os custos em até 18%.
  • Diminuir custos utilizando 40% de conteúdo online; trazer mais eficiência ao marketing.

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Além disso, a companhia promete incrementar o Ebitda da Kroton presencial com maior fluxo de dinheiro livre, diminuindo a inadimplência ao melhorar seu sistema de pagamento e estabelecendo uma nova política de provisionamento.

Para o BTG, o plano parece bem estabelecido mas ainda é necessário vê-lo funcionar.

Ensino à distância é nova aposta

No ensino à distância, a Cogna promete ir no caminho contrário e aumentar seus gastos.

No online, a Cogna prevê uma expansão do cursos oferecidos em mais de 50% (meta de 120 em 2022, contra 79 atualmente), um acréscimo do seu número de centros DL e uma melhorano processo, que deve se tornar mais eficaz.

Para a Vasta, subsidiária da Cogna no B2B (business to business), o BTG vê a Cogna bem posicionada em sua estratégia, com a a plataforma da controlada sendo impulsionada pela covid-19 e também pelos recentes incrementos no software, como, por exemplo, o acréscimo recente de serviços como o Plural Store, em que companhias parceiras oferecem uma gama variada de cursos.

Em seu braço de pós-graduação, a Platos, a Cogna vê um potencial de crescimento do mercado de aprendizagem contínua saltando para R$ 14 bilhões ao ano, contra os R$ 8 bilhões atuais,  com os cursos digitais ficando com 50% do valor.

A nova plataforma da Cogna voltada a jovens e adultos, que contará com diversos serviços fora o de graduação, como de agência de empregos e cursos de idiomas e técnicos, não foi inclusa na análise do BTG.

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Vitor Azevedo

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