China retoma importação de carne brasileira; Minerva (BEEF3) e frigoríficos sobem

A China anunciou nesta quarta-feira (15) que irá retormar a importação de carne bovina brasileira. Segundo, a Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) as importações de produtos de carne bovina desossada com menos de 30 meses do Brasil serão retomadas hoje.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/03/1420x240-Banner-Home-3.png

Após a notícia, as ações da Minerva (BEEF3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta manhã, com avanço de 7,80%. Em comunicado ao mercado, a companhia disse que tem “início imediato” A retomada das operações de abate e produção de carne bovina dedicadas ao mercado chinês.

A JBS (JBSS3) avançou 4,08%, a BRF (BRFS3),  3,21% e a Marfrig (MFRG3), 2,55%.

Exportação de carne foi suspensa após dois casos de ‘vaca louca’

No início de setembro, o Brasil suspendeu voluntariamente os embarques de carne aos chineses, por causa de dois casos atípicos do “mal da vaca louca“. Os casos foram identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG) em 4 de setembro.

As autoridades brasileiras, cumprindo o protocolo sanitário que consta no acordo comercial entre os dois países, suspenderam as exportações à China, seu principal parceiro comercial. Entretanto, a carne que já estava nos portos em direção à Ásia continuou a ser exportada, até parte ser barrada pela alfândega chinesa.

O protocolo sanitário, que consta no acordo comercial entre os dois países, prevê a normalidade das negociações após investigação dos casos por um laboratório internacional, como foi feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para a China, atendendo cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas, mas até agora não há uma data para a normalização da atividade.

No mês passado, a Gacc anunciou que aceitaria pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido um certificado sanitário antes de 4 de setembro, ou seja, antes do embargo voluntário do Brasil.

No fim de setembro, o Ministério da Agricultura informou que acompanhava de perto a situação dos frigoríficos, mas que não tinha como definir uma data para o retorno das exportações, uma vez que aguardava a decisão dos chineses.

Em nota, na ocasião, o Ministério da Agricultura afirmou que o Brasil já havia encaminhado todos os documentos solicitados pelas autoridades chinesas para resumir a exportação de carne e que aguardava a análise das informações enviadas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/08/ea337072-ebook-investir-no-exterior.png

Fim do embargo pode aumentar preço da carne no Brasil

Segundo o advogado Emanuel Pessoa, especializado em Direito Econômico Internacional, uma das consequência que a retirada do embargo chinês à carne bovina brasileira pode ter é o aumento do preço do produto nos supermercados brasileiros, por causa da elevação na demanda.

“O maior ingresso de dólares no país, no entanto, não deverá se refletir na queda do câmbio, já que grande parte da desvalorização do real se relaciona às turbulências políticas e o elevado endividamento público”, destacou ao SUNO Notícias.

No mês de novembro, o preço da carne teve retração de 1,38%, conforme Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Entretanto, o produto acumula alta no ano de 6,98%.

(Com informações de Estadão Conteúdo.)

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/10/155de22d-relatorio-bdrs-2.0.png

Redação Suno Notícias

Compartilhe sua opinião