China e EUA tem nova rodada de negociações da guerra comercial

Uma nova rodada de negociações a fim de encerrar a guerra comercial teve início na quarta-feira (30). O representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, recebeu o vice-primeiro-ministro da China, Liu He.

Lighthizer e Liu são os chefes das respectivas delegações que iniciaram o diálogo em Washington. A previsão é que a reunião, que pode dar fim ao conflito tarifário entre a China e os EUA, termine nesta quinta-feira (31).

A Casa Branca confirmou que Liu encontrará o presidente norte-americano, Donald Trump, hoje.

“Espero que consigamos significativos progressos nesta semana”, afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, à emissora “Fox Business”.

Da parte norte-americana participam do encontro:

  • Robert Lighthizer, representante de Comércio Exteriors;
  • Steven Mnuchin, secretário do Tesouro;
  • Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca;
  • Wilbur Ross, secretário de Comércio.

Da parte chinesa participam da reunião:

  • Liu He, o vice-primeiro-ministro;
  • Yi Gang, governador do Banco Central;
  • Liao Min, vice-ministro de Finanças.

Os encontros fazem parte da negociação comercial estabelecida entre Donald Trump e Xi Jinping (presidente da China). Os dois encontraram-se na cúpula do G20 em dezembro do ano passado.

Lá, definiram juntos a trégua por 90 dias da guerra comercial. A trégua terá fim em 1º de março.

Desde então, um encontro presencial ocorreu entre representantes das nações a fim de dar continuidade nas negociações. O encontro ocorreu entre 7 e 9 de janeiro.

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O principal objetivo das reuniões entre representantes dos dois países é estabelecer “mudanças estruturais” no comércio bilateral. Também discutir “o compromisso da China de comprar uma série de bens e serviços dos EUA“, segundo Washington.

Donald Trump estipulou o prazo até 1º de março para que seja feito um acordo com a China. Caso contrário, prometeu elevar de 10% para 25% as sobretaxas aplicadas a US$ 200 bilhões em produtos da China.

As informações são da agência “EFE”.

Huawei Technologies

As negociações ocorrem em momento tenso na relação entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China.

Na segunda-feira (28), promotores dos Estados Unidos entraram com uma ação criminal contra a Huawei Technologies, segundo a “Bloomberg”. Já são somadas 13 ações criminais contra a gigante tecnológica.

As motivações principais dentre as ações são:

  • a Huawei roubou informações sigilosas de uma concorrente norte-americana;
  • e cometeu fraudes bancárias ao violar sanções comerciais ao Irã.

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“Este tema não é parte das discussões comerciais (…) qualquer questão que tenha relação com a violação das leis dos EUA ou as sanções dos EUA segue por um caminho separado”, informou Steven Mnuchin.

No ano passado, a CFO da Huawei foi presa no Canadá, a pedido dos Estados Unidos. Meng Wanzhou conseguiu a liberdade por meio de fiança.

A gigante chinesa agora lida com o impedimento pela Five Eyes (aliança de inteligência de países de língua inglesa) de que operadoras locais façam parcerias com a empresa.

Os Países que compõe a Five Eyes:

  • Austrália;
  • Nova Zelândia;
  • Canadá;
  • Estados Unidos;
  • Reino Unido.

Além disso, o Japão e o Reino Unido já informaram que não pretendem receber a tecnologia 5G da Huawei.

Em 2018, a Huawei tomou o segundo lugar da Apple na venda mundial de smartphones. O maior comercializador de smartphones do mundo é a sul-coreana Samsung.

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Guerra comercial

Em 2015, a China lançou o plano “Made in China 2025” em 2015, com o intuito de transformar o País em um líder mundial em setores futuros, como:

  • aeronáutica;
  • robótica;
  • telecomunicações;
  • inteligência artificial
  • e veículos de energia limpa.

Em paralelo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou várias vezes favorável ao avanço da economia chinesa prosperando. Contudo, não em detrimento das empresas americanas.

Washington deseja acabar com práticas comerciais que considera “injustas”. Dentre elas estão:

  • a transferência de tecnologia imposta a empresas estrangeiras na China;
  • o roubo de propriedade intelectual dos EUA;
  • e os subsídios concedidos a empresas estatais chinesas.

Para “incentivar” Pequim a corrigir tais “injustiças” do comércio, a Casa Branca impôs novas tarifas de US$ 250 bilhões em produtos chineses.

Em adendo, ameaça aumentar as tarifas sobre produtos chineses, no valor de US$ 200 bilhões de dólares, de 10 a 25%.

Em retaliação, a China aplicou tarifas adicionais a US$ 110 bilhões em produtos norte-americanos.

Dadas as dificuldades das negociações, nenhum especialista prevê que seja feito um acordo completo entre a China e os EUA após dois dias de conversações em Washington.

Amanda Gushiken

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