CEO da Ernst & Young lamenta não identificação de fraudes na Wirecard

O presidente global da Ernst & Young (EY), empresa de prestação de serviços profissionais entre companhias e consultorias, Carmine Di Sibio, demonstrou a clientes por meio de uma carta seu “pesar” sobre as fraudes na fintech alemã Wirecard. Para ele, a adulteração nos documentos deveria ter sido descoberta antes, e as maiores consultorias do mundo devem “aumentar significativamente” os trabalhos de verificação.

Di Sabio afirmou na carta, a qual o jornal britânico “Financial Times” teve acesso, que “muitas pessoas acreditam que a fraude na Wirecard deveria ter sido detectada mais cedo e entendemos isso perfeitamente”. “Embora tenhamos conseguido descobrir a fraude, lamentamos que ela não tenha sido descoberta antes”, disse o presidente da EY, que tem sido fortemente pressionado por conta do episódio.

A fintech, que chegou a compor o DAX 30, índice das maiores empresas de capital aberto da Alemanha, entrou em colapso em junho, após admitir que 1,9 bilhão de euro que dizia ter em caixa não existiam. A EY assinou os número da Wirecard por 10 anos, mesmo em meio aos questionamentos da idoneidade da contabilidade da empresa pela imprensa e especialistas.

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Segundo o “Financial Times”, os auditores da EY na Alemanha não solicitaram informações importantes da conta de uma instituição financeira de Cingapura, onde a Wirecard alegava depositar os recursos oriundos dos lucros auferidos nos últimos anos. Investidores, insatisfeitos com a situação e a resposta do grupo fiscalizador, estão se preparando para entrar com um processo contra a Wirecard e a EY, que também está sendo investigada por reguladores alemães.

Ernst & Young alega dificuldades na identificação das fraudes da Wirecard e investirá em tecnologia

“Os atos de conluio de fraude na Wirecard foram implementados por meio de uma rede criminosa altamente complexa projetada para enganar a todos – investidores, bancos, autoridades de supervisão, advogados investigadores e auditores forenses, bem como a nós mesmos”, afirmou Di Sibio.

O CEO da empresa afirmou que estimulará o aumento de tecnologia para otimizar suas auditorias após o escândalo, incluindo “o uso de confirmações eletrônicas para evidências de auditoria”, e “comparar os registros das companhias com aqueles fornecidos à EY pelos bancos”.

A empresa também usará dados e informações de terceiros durante as auditorias e fará mais verificações de “proibidade de gestão”, segundo a carta. Todos os auditores do grupo também participarão de treinamentos anuais em contabilidade forense.

O CEO da empresa disse que não iria antecipar o resultado de quaisquer investigações, mas esclareceu o fato de que todos os dados da Wirecard que foram obtidos para averiguação eram falsificados, e, portanto, “precisamos de técnicas e processos inovadores para enfrentar futuras fraudes dessa escala”.

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Jader Lazarini

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